O Brasil está diante de uma crise sanitária e econômica, sem uma política de combate ao coronavírus e com um presidente enrolado em crimes de responsabilidade. Para o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o país “vive um drama” e qualquer solução para sair desse drama passa por uma movimento da sociedade pelo “fora Bolsonaro”. Segundo Haddad, o presidente Jair Bolsonaro não demonstra sensibilidade com a situação crítica e com as mortes que estão ocorrendo no país. “Só se preocupa com seus filhos delinquentes.”

(foto fernando haddad – rede social)

Após as diversas denúncias contra Bolsonaro, como a interferência política na Polícia Federal, Haddad acredita que a população está começando a conhecer a verdadeira faceta do presidente. “Temos um problema nacional muito grave. As pessoas precisam compreender a gravidade desse momento.”

“Ele é uma das pessoas mais desqualificadas que eu conheci. Nunca vi alguém com tão baixo nível quanto ele. É um drama muito grave, estamos com quase mil mortes ao dia e ele continua fazendo pouco caso. Ele só se preocupa com sua família de delinquentes, que precisa ser protegida por ele. As pessoas precisam entender que estamos vivendo um drama nacional profundo e o fora Bolsonaro é a salvação do país”, afirmou o ex-prefeito em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Segundo Haddad, Bolsonaro formou a pior equipe ministerial da história da República, por isso jamais terá capacidade para gerir uma crise. “Pega só essas duas áreas, saúde e educação. Olhem o que está acontecendo. É horroroso. Enquanto um não tem empatia com o aluno da escola pública, o outro não é consultado pelo presidente sobre decretos assinados. O país está numa crise medonha e tem um incapaz na presidência.”

Impeachment

O ex-ministro da Educação acredita que o impeachment de Bolsonaro tem forte base legal, já que o presidente comete crimes continuados. Haddad lembra das participações de Bolsonaro em manifestações inconstitucionais em prol de uma intervenção militar, contra o Supremo Tribunal Federal e o contra o Congresso Nacional.

Haddad observou que as recentes manifestações em Brasília, com pessoas que admitem estar armadas, são um atentado à democracia. “Não querem liberdade, mas a opressão de quem pensa diferente. A intolerância a gente sabe como começa, mas não como termina”, disse o ex-presidenciável petista, para quem as instituições da República não reagem à altura da gravidade da situação. “Bolsonaro sabota a democracia todos os dias. O Carlos, filho dele, insufla milícias virtuais contra a República. Mas as instituições reagem timidamente”, disse.

Desde que se viu ameaçado, Bolsonaro começou a negociar com militares e com uma ala do Congresso Nacional. “Ele começou a entregar cargos práticos para o centrão. Está alocando a turma do Roberto Jefferson (preso por corrupção passiva) onde tem verba pública. O Roberto Jefferson é quem articula a resistência bolsonarista, é um absurdo”, acrescentou. (Da RBA)