Governo ‘fantasiado’ contribuiu para o aumento do pânico

.Por Sandro Ari Andrade de Miranda.

É difícil conter o pânico da população quando o Presidente da República presta o desserviço de montar um circo patético para falar de ações de combate à pandemia com todos os seus Ministros usando máscaras. Pergunto: Qual chefe de estado no planeta fez isto? Nenhum, por razões óbvias que são explicadas no subconsciente.

(foto art – reprodução – vídeo)

A linguagem simbólica tem efeito mais eficaz sobre a mente das pessoas do que as palavras. Gestos, movimentos, postura comunicam-se com o subconsciente. Desta forma, quando o governo vai à público “fantasiado”, reforça a sensação de pânico. Não há nada de educativo nisto, e sim muita ignorância ou irresponsabilidade.

Quem acompanha as falas de Chefes de Estado em outros países, inclusive o Trump (EUA), mas principalmente Macron (França), Merkel (Alemanha), dentre outros, pode observar o predomínio de uma linguagem ponderada, argumentativa e com tom informativo. Por que isto? Porque é necessário que as pessoas prestem atenção na informação e não no comportamento do agente político.

A atuação direta dos agentes políticos em situação de crise é sempre importante para a população, mesmo que alguns tenham comportamento altamente questionável, como o próprio Trump. O pânico em situação de pandemia e de emergência sanitária é inevitável, até porque as população não vê a origem do problema, mas apenas as suas consequências.

O Brasil já passou por graves emergências sanitárias, bem menos intensas do que uma pandemia derivada de um vírus mutante, o que demonstra que temos condições de enfrentar a COVID-19. Faltam-nos duas coisas: planejamento institucional e dirigentes com o mínimo de senso do razoável.

Não há dúvidas que o principal problema do Brasil hoje é a incompetência crônica instalada no Palácio do Planalto e na maioria do comando dos prédios da Esplanada. Se houvesse uma real preocupação com a saúde da população, fantasias não seriam necessárias.

Que me perdoem os profissionais da arte circense, pelos quais nutro um profundo respeito, pelo uso da metáfora: “mas governo não é picadeiro”!