Em um primeiro momento, pelo menos, os brasileiros vão ficar sem o medicamento cubano Interferon alfa 2B hu-rec conjugado a polietilenoglicol (IFNrec), que é comercializado com o nome de PEG-Heberon. A produção do medicamente está com excesso de demanda no mundo todo e as fábricas de Cuba e na China não estão dando conta de atender os pedidos.
Mas esse não é o único problema. A virulenta campanha de marketing de Bolsonaro e da extrema-direita brasileira contra Cuba, além do alinhamento subserviente do governo brasileiro ao embargo cubano dos Estados Unidos, torna quase impossível o recebimento do produto. Após hostilidades de Bolsonaro contra Cuba durante a campanha presidencial também fizeram o governo da ilha pedir o retorno dos médicos que atendiam a população mais pobre e isolada do Brasil.
O cientista político Cesar Benjamin relembrou que a China tem uma fábrica em seu território e teve grande êxito em conter a epidemia.
“Sevilha importou o interferon e até agora nenhum paciente morreu. Madri não importou e já tem 132 mortos. A Coreia do Sul importou. Entre 8.000 contaminados, teve até agora 72 mortos. A Alemanha importou. Com 3.156 infectados, teve 3 mortos”, anotou.
A BioCubaFarma, produtora do medicamento, não está dando conta das encomendas. Mas os Estados Unidos e o Brasil mantêm o embargo a transações com Cuba. “Até quando?”, questionou.
Texto do farmacêutico Fábio Reis, no portal Farma, ressalta que o medicamento cubano é um fármaco desenvolvido pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) de Havana e comercializado por BioCubaFarma, grupo da Indústria Biotecnológica e Farmacêutica de Cuba.
O próprio presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou o uso do Interferon alfa 2B pelo governo chinês para combater o coronavírus 2019-nCoV. O medicamento cubano é produzido desde o dia 25 de janeiro na fábrica chinesa Chang-Heber, localizada na cidade de Changchun, na China.
O IFNrec também é aplicado contra infecções virais causadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), papilomatose respiratória causada por papiloma humano, condiloma acumulado e hepatite tipos B e C, além de terapias contra vários tipos de câncer.
O Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Cuba tem experiência na produção de interferon alfa desde 1981 e conta com a tecnologia para transformar a proteína em interferon peguilado. O interferon alfa-2b cubano se apresenta na forma farmacêutica de solução injetável de um mililitro para ser administrado por via subcutânea.
Cada dose contém 180 microgramas de princípio ativo e seu nível de distribuição é hospitalar. Em 2010, começou sua introdução no quadro básico de medicamentos do sistema nacional de saúde de Cuba. (Com informações do Portal Farma)