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Hacker preso por Moro diz que existe áudio de promotor da Lava Jato recebendo propina

O hacker Walter Delgatti (também conhecido como Vermelho), apontado pela Polícia Federal como o responsável pelo grupo que invadiu celulares de autoridades, o que teria resultado na Vaza Jato, disse à Veja que um dos áudios ao qual ele teve acesso revelou o pagamento de propina ao procurador da Lava Jato Januário Paludo.

O Delgatti é a única pessoa que despertou o interesse pessoal do ministro Sérgio Moro para prender desde que assumiu o cargo no governo federal. Fabrício Queiroz não vem ao caso no momento.

Paludo e Deltan (imagem de vídeo e José Cruz/Agência Brasil)

“Tem um áudio em que o procurador está aceitando dinheiro do Renato Duque. A Procuradoria iniciou inquérito contra ele, né?”, disse Delgatti. O trecho da reportagem que vem em seguida é o abaixo:

No dia anterior, Paludo havia se tornado alvo de uma investigação após ser mencionado em mensagens de um doleiro como suposto beneficiário de propinas. Ex-diretor da Petrobras, Duque tentou fazer um acordo de delação. Em negociações assim, é comum que as partes combinem um valor que o criminoso deve ressarcir aos cofres públicos. Era sobre isso que o procurador falava? Delgatti, de novo, garante que não. “Naquela época, eu estava tratando da repatriação de valores que o Duque mantinha no exterior”, explica Paludo. O Ministério Público Federal do Paraná divulgou uma nota em que reitera a “plena confiança no trabalho do procurador”.

Não é a primeira vez que Januário Paludo é citado por ter recebido propina. Laudo da Polícia Federal aponta que no material apreendido em uma das fases da Operação foi encontrado um diálogo do doleiro Dário Messer com a namorada, em que ele diz ter sido protegido pela Lava Jato paranaense por pagar propinas ao procurador. O Ministério Público Federal abriu investigação para apurar o caso.

Paludo foi quem inspirou o grupo do Telegram “filhos de Januário”, revelado pelas reportagens do The Intercept, e já fez vários ataques ao ex-presidente Lula – inclusive após as mortes de seus familiares. (Do 247/Carta Campinas)

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