Um estudo desenvolvido pela coordenadoria de pesquisa da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) confirmou mais uma vez que o rendimento dos alunos da Unicamp que ingressaram na graduação por meio das políticas de bonificação de pontos foi similar ao desempenho de outros alunos da Universidade.
O desempenho dos estudantes do PAAIS (Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social) comparado com a média da turma, e o resultado foi muito semelhante nas áreas de exatas e tecnológicas, engenharias, artes, biológicas e saúde, e humanas. O PAAIS é um programa que dá pontos para alunos oriundos de escolas públicas, pretos, pardos e índios.
Para Rafael Maia, responsável pelo estudo, o comparativo dos resultados dos alunos é revelador de que as políticas de inclusão não são determinantes do desempenho dos alunos nos cursos de Graduação na Unicamp. “No modelo, se comparamos dois indivíduos com perfil semelhante de notas no vestibular e questões socioeconômicas, o PAAIS não determina se o desempenho do aluno será pior ou melhor”.
O desempenho em disciplinas básicas de Cálculo I ou Geometria Analítica para os que ingressaram entre 2009 e 2017 está sendo analisado num estudo mais aprofundado, desenvolvido por Rafael em conjunto com a professora Hildete Pinheiro, também do Departamento de Estatística do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, além do professor Eufrásio de Lima-Neto, da Universidade Federal da Paraíba. O estudo deverá ser publicado como artigo científico.
Resultados preliminares já apontam que os alunos que receberam bonificação PAAIS vão melhor que outros estudantes com mesmo perfil socioeconômico e desempenho em matemática no vestibular. “Isso nos leva a crer que uma atenção especial tem que ser dada ao aluno, não porque ele veio da inclusão, mas porque ele tem um baixo desempenho em matemática”, reflete o professor.
Os dados foram apresentados no evento World Access to Higher Education Day, no final de novembro, e servem para a avaliação de medidas iniciadas em 2005, com o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS), seguido pelo Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS) em 2011. (Com informações de Patrícia Lauretti/Unicamp)