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O que podemos comemorar no dia 20 de novembro?

.Por Geovanna Bispo Alves.

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É aquela velha e significativa história que aprendemos nos primeiros anos de educação escolar. Zumbi, um dos líderes mais conhecidos e atuantes no período colonial, coordenou Quilombo dos Palmares que fora levantado para abrigar escravos fugitivos e que outrora sofriam nas mãos de seus “senhores”. Eram amarrados em troncos, açoitados de dia e noite, sob chuva e sol. Muitos não suportaram os castigos e maus tratos.

(imagem ilustrativa – Foto: Paulo Pinto/AGPT)

Sob o domínio de Zumbi, o quilombo, localizado no estado de Alagoas (AL), habitou à época uma população de quase 30 mil pessoas. Respeitado e admirado por muitos de seus compatriotas, cabido a suas habilidades como guerreiro, ele foi (e é) símbolo de luta e resistência. A morte dele, pelas mãos dos Bandeirantes, foi um marco para a história do Brasil.

Mas, afinal, o que podemos comemorar no dia 20 de novembro? Uma conscientização negra de conquista política? Relembrar que nossa sociedade foi construída por meio da escravidão? Longe disso! Essa data vai muito além do que retrata-se hoje: a inferioridade nas classes sociais, os desafios encontrados no mercado de trabalho, o preconceito racial, a moda, a arte e a beleza negra. Esses são alguns aspectos globais que mostram diferenças e informações.

Discussões à parte. De um modo geral, Matriz Africana é todo o universo que está dentro do território brasileiro – formas de comer, vestir, pensar e entoar que dão formação a cultura do Brasil. Posto a isso, por que (sempre neste período) caracterizar o negro como pobre e inferior? Impossível! A cultura afro-brasileira edificou e sustenta esse país. Possuímos sim, uma questão econômica de acesso ao reflexo do mercado, uma vez que a mão de obra escrava não possibilitou qualidade de vida. Apesar disso, não somos desiguais. Não somos uma marca associada à pele preta. Somos um povo que construiu essa nação e que reafirma em cada 20 de novembro a sua resistência.

Geovanna Bispo Alves é jornalista e autora do livro: A Negra Cor que Resiste nas Ruas Campineiras.

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