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Projeto ‘As Vestideiras’ busca resgatar a autoestima de meninas por meio e doação de vestidos

.Por Verônica Lazzeroni Del Cet.

Costurar e doar, é assim que o projeto ‘As Vestideiras’ trabalha ajudando meninas do mundo todo. “O objetivo do projeto é ajudar meninas a receberem amor e carinho, através da doação de lindos vestidinhos, resgatando, assim, a autoestima delas’, explica Natália Berrocá, 27, idealizadora e coordenadora do projeto.

fotos: divulgação

‘As Vestideiras’ foi criado em 2017 e Natália conta que a inspiração para a ideia tem duas principais causas: a sua participação frequente em trabalhos voluntários desde pequena – com a influência de seus pais – e o trabalho da americana Lilian Weber, já falecida, mas que em vida se comprometeu em costurar um vestido por dia para associação filantrópica ‘Little Dresses for África’, uma instituição beneficente cristã que distribui vestidos para meninas carentes em todo o continente africano.

“As atividades do projeto se iniciaram no Instagram e depois se expandiu para uma página no Facebook”, comenta Natália Berrocá. “No início, a ideia era arrecadar somente tecidos para que as costureiras pudessem confeccionar, mas tivemos uma dificuldade muito grande, então, decidimos arrecadar os vestidos usados e assim os primeiros vestidinhos começaram a surgir”, complementa a entrevistada.

Natália conta, atualmente, com a ajuda de algumas voluntárias que costuram e doam vestidos para o projeto, além de receber doações de tecidos e brinquedos ou guloseimas para serem doados para as crianças. “Contamos com doações de tecidos para que possamos confeccionar os vestidos, bem como doações de vestidos usados de 1 a 16 anos, blusinhas femininas que são transformadas em vestidos e para os meninos doações de camisetas e bermudas”, explica ela. “E, em algumas épocas do ano, fazemos campanha de guloseimas, brinquedos, entre outras coisas, para que possamos doar algo diferente do que estamos acostumados”, diz a coordenadora do projeto.

crianças de Pernambuco

Começo desafiador

O começo da iniciativa exigiu muita persistência da idealizadora. “Lembro-me que os primeiros vestidos do projeto foram doados pela minha mãe, pois durante alguns meses eu pedia doações e nada chegava, essa foi uma maneira que ela encontrou de me incentivar e fazer com que eu não desistisse dos meus objetivos”, lembra.

E, logo após um início desafiador, ‘As Vestideiras’ começou a ganhar credibilidade e força. “Após eu tirar fotos dos primeiros vestidos, as doações começaram a chegar. A maior dificuldade foi fazer o projeto ser conhecido, pois como alguém iria ajudar uma pessoa que nunca viu, um projeto que nem conhece e não sabe se é confiável? Mas, acredito que com muita transparência consegui passar credibilidade para as pessoas”, comenta a coordenadora.

Crianças da Guiné Bissau

O projeto não conta com um número exato de voluntários, já que, segundo Natália, algumas mulheres contribuem confeccionando os vestidos e outras apenas doando guloseimas, brinquedos ou tecidos e ainda há voluntárias que participam em campanhas específicas, ao longo do ano.

Entretanto, a idealizadora da iniciativa ‘As Vestideiras’ afirma que 90% dos vestidos que já foram doados e os que ainda serão distribuídos foram confeccionados por costureiras voluntárias, espalhadas pelo Brasil todo e que participam do projeto. “Temos costureiras espalhadas em algumas cidades e estados, então cada uma acaba costurando na sua própria residência, e depois me enviam os vestidos confeccionados”, diz Natália

Costureiras voluntárias

É o caso da Silvana de Almeida, 59, costureira do projeto. “Eu comecei no início de fevereiro desse ano. Vi o projeto ‘As Vestideiras’, me interessei e comecei a enviar os vestidos”, conta Silvana. A voluntária – que já doava vestidos para outra iniciativa – recebe doações de pessoas que repassam tecidos para ela costurar os vestidos. “Eu conto com doações, assim posso costurar mais, porque somente com meus recursos não daria para costurar bastante”, explica ela.

Silvana, que tem muita prática com a costura, já contribuiu bastante com o projeto e, mesmo morando longe de Natália, ela não deixa de enviar a sua ajuda. “Costuro malha, cotton, tecidos com elastano, tecidos em geral. Os tecidos com elastano faço a parte da blusa, pois assim servem com mais facilidade”, explica a entrevistada. Silvana, até o momento, confeccionou apenas roupas para meninas, mas pretende ajudar com doações de roupas masculinas.

Outra voluntária é Lívia Barta, 32, que conheceu ‘As Vestideiras’ em 2018 e, desde então, não parou de colaborar com doações. “É um projeto de mulheres ajudando mulheres através do amor e das artes manuais. Com a minha vivência gerindo uma empresa no setor da moda, percebi que costurar é uma arte que libertou muitas mulheres”, comenta Lívia.

A participante, através do seu próprio negócio, consegue ajudar com doações. “Eu entrei como parceira e voluntária desse projeto e a cada vestido de noiva vendido na minha empresa, doamos um vestido de criança. Acredito que foi uma combinação fantástica”, conta ela.

Próximas doações

Neide Santos, costureira do projeto

‘As Vestideiras’ se prepara agora para doações que serão destinadas ao Sertão do Nordeste. “Já doamos para o Norte de Minas, em Juvenília e São João das Missões, Brumadinho, para refugiados que estão abrigados em São Paulo, para o Sertão de Pernambuco e em São Carlos”, diz Natália.

As próximas doações também terão como destino países internacionais. “No ano passado enviamos vestidos para Guiné Bissau e Angola e no próximo mês enviaremos vestidos para a África”, comenta ela.

Natália explica também que ‘As Vestideiras’ ampliou o seu público de alcance e a partir desse ano passou a confeccionar e receber doações de bermudas e camisas para meninos, grupo até então que não fazia parte dos favorecidos pelas doações.

Ajudando a costurar

“É muito simples fazer parte do projeto, basta entrar em contato com a gente através de e-mail, rede sociais, ou WhatsApp e nos informar se deseja ser uma costureira voluntária, doar tecidos ou vestidos”, explica a coordenadora da iniciativa.

De ponto em ponto, novos vestidos surgem e novas meninas são atendidas. No Brasil ou no mundo, são mulheres que ajudam outras mulheres. “Buscamos informações de lugares que precisam de doações, ou ONGS de extrema confiança que possam intermediar essas doações, o que também não impede que ONGs e outros projetos entrem em contato com a gente através das redes sociais e assim iremos analisar as possíveis contribuições”, completa Natália Barrocá.

Instagram: @projetoasvestideiras

Facebook: Projeto As Vestideiras

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