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Ministério Público usou prova obtida de forma ilegal e tentou transformar em prova legal

Rio de Janeiro - Procurador do Ministério Público Federal e coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, fala no Congresso da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Fernando Frazão/Agência Brasil)

A operação Lava Jato, do Ministério Público Federal, obteve e usou prova ilegal contra acusados. Além de usar as provas ilegais, os procuradores tentaram “lavar as provas”, ou seja, transformar essas provas em provas legais, assim como criminosos fazem com o dinheiro obtido da corrupção. As informações são de um novo vazamento das mensagens de Telegram dos procuradores da Lava Jato, realizada desta vez pelo site The Intercept Brasil e pelo UOL.

(foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Contraditoriamente, tanto o MPF quanto Dallagnol dizem desconhecer as mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil porque teriam sido obtidas de forma ilegal.

Segundo a reportagem, publicada nesta sexta-feira, 27, o uso de informações obtidas ilegalmente do exterior ocorreu desde os primórdios da operação Lava Jato. “Essas provas ilícitas foram usadas pelos procuradores para conseguir prisões e outras medidas cautelares. O coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, foi alertado sobre esse tipo de prática, mas minimizou o problema”, anota a reportagem.

O fato aconteceu entre o fim de 2014 e o início de 2015, quando os procuradores da Lava Jato obtiveram por meios ilegais dados da Suíça e de Mônaco, respectivamente, sobre os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque. Dallagnol, segundo a reportagem, teria feito uma espécie de tráfico internacional de provas ilegais.

“Dallagnol trouxe em segredo um pen drive com informações bancárias de Paulo Roberto Costa, obtido em reunião com os investigadores suíços em novembro de 2014. Após a remessa de documentos ser contestada judicialmente pela Odebrecht, a Lava Jato tentou alterar registros na PGR (Procuradoria-Geral da República) para simular que as informações tiveram origem lícita, segundo revelam mensagens vazadas”, anotam.

A reportagem também expôs os diálogos de Deltan Dallagnol em que expressa o ponto central do que seria a “lavanderia de provas” que havia criado. Ele usaria as remessas informais de informações do exterior para sustentar o ritmo acelerado de operações da Lava Jato e, caso houvesse contestações prática adotada, ele obteria as mesmas informações pelo canal oficial para legalizar as evidências.

Veja reportagem completa no UOL

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