.Por Eduardo de Paula Barreto.
Era uma vez um juiz
Que como o ditado diz
Era feliz e não sabia
Ele arbitrava em Curitiba
Como a figura mais temida
Prendendo quem bem queria.
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Certa vez o vírus da ambição
Infectou o seu duro coração
E ele perdeu o senso crítico
Passando a usar o seu poder
Para perseguir e prender
Seus adversários políticos.
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Durante uma campanha presidencial
Ele prendeu o seu maior rival
Para ajudar o ditador Bolsonaro
Porque haviam combinado
Que ao ser empossado
Bolsonaro iria gratificá-lo.
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Tinham firmado o compromisso
De trocar um cargo vitalício
Pela manutenção de Lula preso
Porque a sua maior aspiração
Ao fingir combater a corrupção
Era ser Ministro do Supremo.
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Mas o ex-juiz não esperava
Que os vazamentos que usava
E que divulgava a esmo
Um dia revelariam
A sua má-fé e seriam
Empregados contra si mesmo.
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Vendo que o ex-juiz decaído
Não poderia ser promovido
Bolsonaro passou a temer
Que ele ficasse mais autoritário
E se tornasse seu adversário
Na disputa pelo poder.
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Então o Presidente sem decoro
Passou a humilhar Sérgio Moro
Tentando assim o convencer
A abandonar a política
Porque apesar das críticas
Ele pretendia se reeleger.
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Mas Moro por não ser idiota
Fingiu encostar-se nas cordas
E submeteu-se a cada agressão
Só para se passar por vítima
De um Presidente sem a mínima
Capacidade de presidir a Nação.
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Moro investia no projeto
De livrar-se de dois desafetos
De uma vez só
Revelando os podres do seu Jair
E garantindo a Lula prosseguir
Trancafiado no xilindró.
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Mas como o mal não perdura
Homens de bem libertaram Lula
E ele voltou com força e garra
Despertando nos adultos e crianças
A chama da esperança
Que havia sido apagada.
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Moro foi morar em Miami
E Bolsonaro numa tribo Yanomami
Passou a viver com a cerviz curvada
Recompondo toda a vegetação
Para minimizar a destruição
Que promoveu com as queimadas.
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Finalmente a população brasileira
Voltou a se orgulhar da bandeira
E retirou o rubor da feição
Causado pela vergonha monumental
Que Jair Bolsonaro, o boçal
Transformou em produto de exportação.
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Foi então que Jair e Sérgio
Depois de tantos sacrilégios
Receberam este singelo presente
Em forma de poética historinha
Que preconiza na última linha
‘E viveram esquecidos para sempre’.
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05/09/2019
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