O deputado federal David Miranda (Psol-RJ) passou a ser investigado, juntamente com seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) e pelo Ministério Público.
O Coaf, a mando do governo de Jair Bolsonaro (PSL), tenta encontrar alguma irregularidade como forma de retaliação pela série de reportagens que ficou conhecida como Vaza Jato, onde fica provada uma série de irregularidades no processo da Operação Lava Jato praticadas pelo ex-juiz, hoje ministro, Sergio Moro e dos procuradores do MP. David Miranda afirma que abre todas as suas contas para acabar com qualquer suspeita e desafia a família Bolsonaro, “inclusive o Queiroz”, a fazer o mesmo.
O Coaf alega que Miranda teria movimentado R$ 2,5 milhões no período de um ano. O deputado afirma que sua movimentação, que envolve R$ 1,3 milhão (o valor divulgado é praticamente o dobro porque soma o que entrou com o que saiu), é condizente com sua renda familiar. Glenn possui uma extensa e premiada carreira jornalística, coleciona um Prêmio Pulitzer e uma série de best sellers, além de direitos em filmes sobre seus trabalhos, como o caso de Edward Snowden.
“Esse processo de investigação começou dois dias depois que o Glenn e o Intercept Brasil começaram a fazer o processo da Lava Jato. A movimentação que teve na minha conta foi de R$ 1.300.000, é uma renda compatível com minha família. Minha renda familiar, junto eu o Glenn. O Glenn tem quatro livros renomados na New York Times Best Sellers List, produzimos filmes, ele dá discursos e trabalha para o Intercept“, completou.
O desafio
Miranda disse que suas contas e de Glenn estão abertas. “Qualquer jornalista que quiser ver está à disposição, está muito claro. Utilizamos minha conta para pagar nossas despesas. Estou disposto e vou ao juiz demonstrar todos meus extratos e, também, quero falar se a família Bolsonaro não faria o mesmo. Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro. Claro, óbvio, o Queiroz. Estou de peito aberto e não tenho medo de nenhum de vocês de utilizarem o aparato do Estado para intimidar as publicações da Lava Jato. Isso vai continuar, sem medo dessa retaliação” (Da RBA)