Uma revelação bombástica do jornal espanhol El País, em parceria com o The Intercetp Brasil, mostra que os procuradores da Lava Jato tentaram investigar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, inclusive com pedido de ajuda internacional. O objetivo era enfraquecer ou mesmo derrubar Gilmar Mendes para que ele não tomasse decisões que contrariasse a Lava Jato.

(foto antonio cruz – agencia brasil – arte)

Segundo o jornal espanhol, os procuradores da Operação Lava Jato fizeram um esforço de coleta de dados e informações sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com o objetivo de pedir sua suspeição e até seu impeachment. “Liderados por Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, procuradores e assistentes se mobilizaram para apurar decisões e acórdãos do magistrado para embasar sua ofensiva, mas foram ainda além. Planejaram acionar investigadores na Suíça para tentar reunir munição contra o ministro, ainda que buscar apurar fatos ligados a um integrante da Corte superior extrapolasse suas competências constitucionais, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem. A estratégia contra Gilmar Mendes foi discutida ao longo de meses em conversas de membros da força-tarefa pelo aplicativo Telegram enviadas ao The Intercept por uma fonte anônima”, diz a reportagem

Segundo o jornal, as mensagens demonstram como eles elegeram o ministro Gilmar Mendes como alvo a ser, se possível, tirado de cena. Os procuradores se mobilizam para provar a suposta suspeição de Gilmar —algo dentro de suas funções—, mas os diálogos também sugerem algo grave: eles, no mínimo, planejaram usar uma investigação em seu poder para buscar provas contra Gilmar até na Suíça.

“Desde logo, a transmutação de Gilmar de aliado tático da Lava Jato (quando das decisões contra o ex-presidente Lula no passado) em inimigo não o franqueia como alvo legítimo dos procuradores de primeira instância de Curitiba. Tampouco o desconforto, inclusive entre respeitados acadêmicos, com a desenvoltura de ministros do Supremo ao manipular prazos processuais e tomar outros passos heterodoxos fornece carta branca. Dois erros não fazem um acerto e só abraçando essa máxima o Brasil pode se livrar de um danoso vale-tudo institucional”, diz o jornal em duas reportagens publicadas hoje.

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