No próximo dia 29 de agosto, será inaugurada no AT|AL 609-lugar de investigações artísticas a exposição individual de Cláudia França, artista mineira radicada na cidade de Vitória (ES), onde atua também
como professora de Desenho no Curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo.

Vista superior mesa trabalho do chão (Foto: Jove)

Cláudia França tem formação em Desenho e Escultura pela UFMG e encontrou na instalação seu modo particular de agregar as duas linguagens de sua formação universitária. Tem trabalhado com materiais e elementos que aludem ao universo feminino, como tecidos e pequenos objetos. É a quantificação dos elementos que traz o sentido de coleção e arquivo e sua expansão territorial no espaço de exposição.

Sua exposição, “inventáriocordilheira”, pretende ser a montagem de uma casa dentro da galeria. O espaço expositivo AT|AL 609 é, antes de tudo, uma casa. Não sendo mero depósito de objetos, a casa é um complexo ponto no espaço/tempo pelo qual passam infinitas acepções e modos de relação intersubjetiva, tendo força relacional, memorialista e simbólica.

Ali, o ego tece sua intimidade com diversas representações subjetivas externas e a horizontalidade do seu corpo, o que favorece o devaneio. A
casa é uma estratégia expositiva de modos de organizar, reter, sonhar e agir. No caso deste espaço expositivo, sua complexidade se acentua pela interpenetração dessa domesticidade de origem com um novo programa de uso: atelier, galeria, escritório, sede de um coletivo artístico singular.

À artista, interessa os modos de ocupar uma casa, como artista. Ela deseja construir uma “intimidade” doméstica nos espaços onde expõe; dando relevo à ideia de casa, trabalha nela o estranhamento de mundos simbólicos compossíveis, no redesenho de situações, formas e objetos que compõem uma noção particular de domesticidade, afim e alheia à atualidade do espaço real. É como se ela tornasse o ambiente expositivo um lugar provisório de organização de suas coleções de objetos e ações cotidianas no trato doméstico, o que induz o espectador a perceber o espaço em um misto de familiaridade e estranhamento.

Para a realização de “inventáriocordilheira”, Cláudia França organiza móveis e objetos pessoais em composições de equilíbrio precário, levando-nos a pensar no tensionamento dos limites entre ordem e desordem no interior doméstico. Assim como se coloca a desordem/ordem das coisas dentro da casa, se colocam as relações humanas naquele lugar. As relações humanas domésticas são uma estranha combinatória: ao mesmo tempo em que somente pessoas de confiança ou relações sólidas habitam nossa intimidade, é no cotidiano que tais relações se mostram em suas
fragilidades. Assim são as louças: quebram-se na queda, mas seus cacos permanecem no tempo.

A exposição fica aberta ao público até o dia 21 de setembro, de quarta a sexta, das 15h as 19h e aos sábados das 11h as 14h. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Abertura | 29.08 |19h
Visitação até 21.09 | qua.a.sex das 15h-19h | sab.11h-14h
Palestra: A casa em InventárioCordilheira | 19.09 | 19h
Workshop: A casa | 20 e 21.09 | 10 vagas
carga horária: 13horas |
dia 1 (sexta-f): 9h-12:30h | 14h-18:30h
dia 2 (sábado): 9h-12:30h | 14:30h-18h
mais informações [email protected]
No ATAL609- lugar de investigações artística
Rua Antônio Lapa, 609- Cambuí- Campinas-SP