Pesquisa Datafolha realizada no início de julho e divulgada nesta segunda-feira (22)  mostra que, perguntados sobre o que o presidente teria feito de melhor desde a posse, 39% dos entrevistados responderam  espontaneamente “nada”. Outros 19% afirmaram não saber responder, totalizando 58% da população acima de 16 anos que não enxerga nenhum ponto positivo realizado pelo presidente em seus primeiros seis meses de governo.

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A percepção negativa da gestão é pior na região Nordeste (47%), entre negros (46%) e mulheres (45%). Eleitores que a avaliam como ruim ou péssima são 33% dos pesquisados e, dentro deles, 76% deram a mesma resposta – “nada”– sobre o que viam de melhor no governo. Os números apontam Jair Bolsonaro como o presidente em primeiro mandato com pior avaliação desde Fernando Collor de Mello.

Entre os próprios eleitores que afirmaram ter votado no atual mandatário no segundo turno, 17% não souberam citar nenhuma realização positiva. 

Entre os que citaram as piores realizações do governo, 22% apontaram os decretos que flexibilizam o porte de armamentos. A medida tem resistência ainda maior entre espíritas (28%) e negros (25%). Na sequência, a “reforma” da Previdência (12%) e a imagem pública (9%) do presidente são citadas como piores realizações do atual governo.

Entre os  pontos positivos da atual gestão os mais lembrados foram avanços na segurança (8%) e “reforma” da Previdência (7%) . Para 4%, o destaque foi o combate à corrupção, apesar dos casos envolvendo um ministro e de outro, com o filho do presidente, suspeitos de utilizarem laranjas no desvio de dinheiro público. Outros 4% também fizeram referência positiva à flexibilização do porte de armas. O fim do horário de verão foi lembrado por 1% dos eleitores como a principal realização.

Quando invertida a pergunta, 18% afirmam que Bolsonaro não fez “nada de ruim”. Dentro dos 33% do eleitorado que classifica o governo como ótimo ou bom, segundo a apuração do Datafolha, esse número sobe para 36%. Os que não veem erros na atual gestão somam 25% entre os eleitores com 60 anos ou mais, 25% entre os que vivem na região sul e 24%, entre os evangélicos.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a pesquisa ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. (Da RBA)