O Telegram usou sua conta oficial no Twitter, nesta terça (11), para negar que o aplicativo tenha sido hackeado por criminosos que supostamente vazaram informações para o Intercept, como afirmam o procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro, após o escândalo da “Vaza Jato”.
A manifestação da empresa é mais um indício de que o dossiê do Intercept Brasil contra a Lava Jato não tem nada a ver com o ataque hacker que Dallagnol e Moro têm usado em defesa própria.
Em princípio, o hacker pode ter acessado as contas dos integrantes da Lava Jato tanto do Brasil quanto de qualquer país do mundo. Greenwald tem contatos no mundo todo, não só com Snowden (foto), como com sites como Weakleaks. Qualquer hacker do mundo pode ter passado o material para o The Intercept.
Em Xadrez publicado na noite de segunda (10), Luis Nassif levanta a hipótese de que o dossiê do Intercept contém, possivelmente, material do chamado inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal, e não produto de um hacker isolado.
O Telegran escreveu: “Não há evidências de ação de hackers. É provável que tenha sido algum tipo de vírus ou algum usuário do aplicativo que não utilizou a verificação em dois passos”
Numa segunda mensagem, na qual compartilha reportagem sobre o dossiê do Intercept Brasil, a empresa voltou a afirmar que não houve hackeamento.
O Intercept começou no domingo (9) uma série especial de reportagens sobre conversas privadas entre Moro e Dallagnol, e de outros grupos de procuradores da Lava Jato, que provam que houve conluio em ações penais que tramitaram em Curitiba.
Para juristas, o vazamento contamina o uso das provas em eventuais processos contra Moro e os procuradores. Mas as conversas podem ser utilizadas em benefício dos réus que foram julgados pelo hoje ministro de Bolsonaro, caso de Lula. (GGN/Carta Campinas)