.Por Eduardo de Paula Barreto.

Convidei os amigos das redes sociais para participarem de uma poesia contribuindo com a sugestão de uma palavra, então surgiram as palavras abaixo, as quais utilizei como rimas na poesia intitulada: ‘Tertúlia’.

Agradeço a todos os que participaram.

Abs.

Eduardo

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(foto Diego Cavichiolli Carbone cc)

‘Tolerância’
‘São Paulo’
‘Humanidade’
‘Amor’
‘Política’
‘Honestidade’
‘Universo’
‘Cachaça’
‘Compreensão’:)
‘Gratidão’
‘Esperança’
‘Copiadora’
‘Obrigado’
‘Amor’
‘Contraditório’
‘Café’
‘Propósito’
‘Felicidade’
‘Amanhecer’
‘Kichute’
‘Borra Botas’
Ética’
‘Certeza’
‘Ferrugem’
‘Amor Na Terceira Idade’
‘Cachoeira’
‘Religião’
‘viva a vida’
‘Lula Livre’
‘Sábio’
‘Diferenças’
‘Luta’
‘Estrela Da Manhã’
‘Chuva’
‘Acreditar’
‘Cor Da Pele’
‘Borboletas’
‘Até Parece’

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TERTÚLIA.
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Fim de tarde em São Paulo
Zumbido vindo das ruas
Vento brando tempo calmo
Então minha alma flutua
E vou além da janela
Sem sair da cadeira
E me embrenho na cidade
Os prédios viram cachoeiras
E as ruas como corredeiras
Levam rios de felicidade.
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Voo como as borboletas
Exercitando a tolerância
E com invisível caneta
Risco fios de esperança
Ligando a asa da gratidão
À asa da compreensão
Que pesando de resplendor
Cedem à gravidade
E sobre a humanidade
Caio como laços de amor.
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Vejo pessoas nas praças
Discutindo política
Uns sóbrios de cachaça
Outros ébrios de crítica
Mas todos dispostos
A dialogar com o propósito
De superar as picuinhas
Gritando: Lula Livre
Ou: Bolsonaro atire
Com sua mão de arminha.
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Enquanto pairo no Universo
Vejo despertar a honestidade
E sigo transformando em verso
A crença de que a sociedade
Ainda verá ter boas notas
O engraxate borra-botas
Que devido à cor da pele
Teve que usar de cotas
Para abrir as portas
Que ainda o repelem.
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Sinto que a esperança não morre
Morre quem não a alimenta
Por isso creio que todo homem
E mulher ainda aprenda
A valorizar mais a ética
Do que a estética
Que é mero envoltório
E que dos nossos lábios
Só o argumento sábio
Desafie o contraditório.
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Lá de cima até parece
Que o que vejo é irreal
Nem a noite que desce
Tira as crianças do quintal
Que descalças ou de kichute
Chutam bolinhas de gude
Como se fossem de futebol
E gritam: Viva a vida!
Quando as bolinhas coloridas
Caem no pequeno gol.
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Cantam o amor as crianças
Cantam na flor da idade
Outros cantam com exuberância
O amor na terceira idade
No rosto das crianças ferrugem
No rosto dos idosos surgem
As marcas do passado
Que mostram que toda luta
Engrandece quem busca
Dizer: Muito obrigado.
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Chega a hora de ir embora
E ao deixar o sono me cobrir
Vejo que minha alma copiadora
Copiou as emoções que senti
E delas fez sonhos sem par
Que me fizeram acreditar
Ter sido válido o meu afã
De transformar em poesia
As emoções que clareiam o dia
Como estrelas da manhã.
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Na bela manhã o tempo muda
Eu bebo néctar de café
Enquanto baldes de chuva
Batizam a Catedral da Sé
Onde em nome da religião
Estranhos se dão as mãos
Ignorando as diferenças
Então passo a entender
Que Deus só deixa amanhecer
Por respeitar o que a gente pensa.
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