Uma nova versão do programa Minha Casa Minha Vida, que será apresentada pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) no início de julho, deve acabar de vez com a possibilidade de pessoas mais pobres terem sua casa própria.

(foto tomaz silva – agência brasil)

A ideia de Bolsonaro é alugar imóveis do governo para famílias de baixa renda que estão concentradas na “faixa 1” do programa, com rendimentos de até R$ 1,8 mil.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, por meio de rede social, que o governo Bolsonaro vem cometendo pelo menos um absurdo por dia. “O mais recente é querer transformar beneficiários do Minha Casa Minha Vida em inquilinos dos imóveis. O sonho da casa própria vai virar o pesadelo do aluguel”, afirmou.

E complementou: “O pior é que o rebaixamento de donos a inquilinos, pretendido pelo governo, atingirá os mais pobres, que são os beneficiários do MCMV com renda de até R$ 2.600. São milhões de famílias que, depois de anos de sacrifício, finalmente seriam donas de suas moradias”.

Em entrevista a Renata Agostini, na edição desta sexta-feira (24) do jornal O Estado de S.Paulo, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, disse que um dos principais problemas é a comercialização irregular de casas.

Segundo ele, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que faz a gestão do programa, identificou que, em alguns casos, as famílias que se habilitam ao faixa 1, cujas parcelas de empréstimo variam de R$ 80 a R$ 270, acabam vendendo os imóveis a terceiros para ganhar algum dinheiro e voltam, assim, à condição de vulnerabilidade.

Com isso, o governo Bolsonaro quer propor um plano de “locação social”. Uma vez construído o condomínio do Minha Casa, a família poderá morar no imóvel, mas sem o direito de posse. No papel, a unidade seguirá pertencendo ao Estado. (Revista Fórum/Carta Campinas)