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Dados do próprio governo desmentem discurso ideológico de Bolsonaro contra as Ciências Humanas

Os dados catalogados pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização ligada ao próprio Ministério da Educação (MEC) desmentem o discurso ideológico do presidente Jair Bolsonaro (PSL) contra as Ciências Humanas.

Em sua cruzada contra a pesquisa científica, a reflexão e o pensamento, Bolsonaro afirmou pelo Twitter em abril que pretende tirar investimentos em Ciências Humanas e manter os investimentos em áreas que “gerem retorno” financeiro como veterinária, engenharia e medicina.

“A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”, deduziu ideologicamente Bolsonaro sem nenhum conhecimento sobre o assunto.

Em oposição ao que afirma, um estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização ligada ao próprio Ministério da Educação (MEC), mostra que a empregabilidade de mestres e doutores das áreas de Humanas é semelhante ao de outras áreas como Engenharia e Ciências Exatas e até mais alto do que na área Biológica.

O estudo constatou que a empregabilidade de mestres e doutores em Ciências Humanas é de 78%, das Ciências Sociais, 81%; enquanto da área da Saúde, 76%; Exatas e agrárias, 74% e engenharias 78%.

Os dados constam do livro “Mestres e Doutores 2015: Estudos da demografia da base técnico-científica brasileira”, que traz um retrato, no âmbito da atividade Recursos Humanos para a Ciência, Tecnologia e Inovação (RHCTI), da pós-graduação no Brasil entre 1996 e 2014. A publicação teve como objetivo gerar informações sobre a formação e a dinâmica do emprego de mestres e doutores no Brasil.

O discurso de Bolsonaro busca atingir ideologicamente ciências mais críticas e que normalmente perturbam os governos autoritários, porque trabalham com a reflexão e o pensamento crítico. É por isso que o governo anunciou pretende cortar recursos e investimentos de Sociologia e Filosofia.

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