Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) pelo Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela o abismo que existe entre a expectativa que os brasileiros tinham com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a realidade após três meses de governo. O índice dos que esperam um governo ruim/péssimo continou subindo e saltou de 11% em janeiro para 27% agora em abril de 2019, ou seja, a avaliação ruim/péssimo aumentou 145% em período de aproximadamente 90 dias.

Em dezembro de 2018, 69% da população acreditava que ele faria um governo ótimo ou bom. Com pouco mais de 100 dias no cargo, somente 35% avaliam o governo como ótimo ou bom.

Dos entrevistados, 45% afirmam não confiar no presidente e 40% desaprovam sua maneira de governar, ante 51% que confiam e aprovam a forma de agir. A avaliação de Bolsonaro é pior na região Nordeste, onde 40% da população avalia o governo como ruim ou péssimo, enquanto 25% o avaliam como ótimo ou bom e 35% como regular. Ele é melhor avaliado entre os mais ricos. O percentual de ótimo ou bom sobe de 27%, entre os brasileiros com renda familiar até um salário mínimo, para 45%, no grupo com renda familiar acima de cinco salários mínimos.

Na avaliação por área de atuação, 49% dos entrevistados desaprovam as ações do governo no combate ao desemprego e 47% desaprovam suas políticas no combate à fome. Junto a saúde, impostos e taxa de juros, essas são as áreas com a pior avaliação popular. Em segurança pública (57%), educação (51%) e meio ambiente (48%), o presidente tem os maiores percentuais de aprovação.

Apesar da aprovação bem inferior à expectativa, não foram as denúncias de corrupção no partido do presidente, com candidaturas de laranjas para desviar dinheiro público do fundo partidário, ou a ligação da família Bolsonaro com grupos milicianos do Rio de Janeiro que atingiu a imagem do presidente. Esses casos foram pouco ou nada mencionados quando os entrevistados foram perguntados sobre que notícias lembravam do governo. Apenas 1% dos ouvidos mencionou o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz. A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios, entre os dias 12 e 15. (RBA/Carta Campinas)