A água de Indaiatuba, na Região Metropolitana de Campinas, também está com presença de agrotóxicos, segundo dados do próprio Ministério da Saúde. Os agrotóxicos apareceram em todas as análises feitas entre os anos de 2014 e 2017. Dos 27 agrotóxicos encontrados na água de Indaiatuba, cidade 240 mil habitantes, 11 são altamente tóxicos e provocam doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos.
Entre os 27 detectados nas análises, 11 estavam acima do limite permitido pela legislação da União Europeia e nenhuma acima dos limites brasileiros, que são menos rigorosos.
O levantamento desses dados foram obtidos no Ministério da Saúde e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye.
Esses dados são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento das cidades.
A água de Indaiatuba é distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAV).
Veja a contestação da reportagem pelo SAAE neste link
O Saae de Indaiatuba vem através deste esclarecer que as informações de que a água tratada distribuída pela autarquia possui agrotóxico está equivocada. São enviados mensalmente, desde 2008, ao Siságua os resultados das análises que são solicitadas pelo órgão, e semestralmente as que avaliam agrotóxicos. As análises são realizadas por laboratório contratado certificado pelo INMETRO (ABNT NBR ISO 17025) e informamos que NUNCA foram identificados, tanto em água bruta, quanto em água tratada (principalmente) agrotóxicos.
Os laboratórios contratados possuem seu Limite de Quantificação bem pequenos justamente para que haja uma margem de segurança nos resultados, em relação aos limites estabelecidos na legislação. Ou seja, o limite de quantificação mostra qual o menor valor que um laboratório consegue quantificar para aquela substância.
Por exemplo, o limite que a legislação determina para o agrotóxico Alaclor é de 20 µg/L, e a quantificação contratada é 0,003 ug/L. A água analisada sempre apresentou um valor abaixo do quantificado.
Sendo assim, o SAAE pode afirmar que nossa água tratada não apresenta agrotóxico, e estamos questionando os dados publicados pela matéria. Acreditamos que houve má interpretação dos dados disponíveis no Siságua.
Vale ressaltar que a água distribuída pelo Saae, além de ser potável e de qualidade, possui flúor e hidróxido de cálcio que além de corrigir o pH da água, auxilia na manutenção óssea e dos dentes.