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‘A Ponte’, de Daniel Maclvor, retrata o paradoxo entre afeto e diferenças a partir do reencontro de três irmãs

Em São Paulo – De 01 de fevereiro a 25 março de 2019, fica em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), de São Paulo, o espetáculo teatral “A Ponte”, do dramaturgo canadense Daniel Maclvor, com direção de Adriano Guimarães e atuação de Bel Kowarick, Debora Lamm e Maria Flor.

(Foto: Flávia Canavarro)

A primeira montagem nacional do texto do canadense Daniel MacIvor, que ficou conhecido pelo público brasileiro através das montagens de In on ItÀ Primeira Vista e Cine Mostro, celebra o primeiro encontro de quatro artistas de linhagens distintas: Maria Flor que tem a sua história ligada ao cinema e à televisão; a premiada Bel Kowarick que é uma referência no teatro contemporâneo produzido em São Paulo; Débora Lamm que, sempre associada às comédias, mergulha em um texto intenso, por vezes dramático; e o diretor Adriano Guimarães, do Coletivo Irmãos Guimarães, premiado encenador brasiliense cujo recente trabalho foi a direção do espetáculo Imortal, adaptação de um conto do argentino Jorge Luiz Borges.

Três irmãs separadas pela vida são obrigadas a se reunir para enfrentar a morte iminente de sua mãe. Bel Kowarick dá vida à primogênita Theresa, uma freira que se isolou da família em um retiro religioso. Débora Lamm é Agnes, a irmã do meio, uma atriz falida que deixou sua cidade natal. E Louise, interpretada por Maria Flor, a mais jovem das irmãs, viciada em séries de TV a quem não interessa quase nenhum diálogo para fora do mundo virtual. E neste reencontro, do embate entre elas ambientado na cozinha da casa onde foram cridas, as três vão acabar revendo seus valores, crenças e diferenças em busca da possível reconstrução do núcleo familiar há muito tempo fragmentado.

A adaptação de A Ponte nasceu por iniciativa de Maria Flor, que ficou fascinada pela dramaturgia de MacIvor. “É um texto que fala sobre relações humanas profundas e essências para qualquer pessoa. A relação entre irmãos, a relação com a mãe. Mas o que me chama atenção no texto são os diálogos e as personagens. Tudo é muito bem construído. Além disso, é uma peça completamente sobre mulheres. Sobre essas mulheres que sobrevivem apesar de todas as dificuldades e que se ajudam, se fazem crescer e amadurecer” .

Segundo Maria Flor, o espetáculo faz uma sensível análise dos conflitos familiares com um convite à aceitação e à boa convivência. “O que a peça tem de mais interessante é a discussão sobre a função da família na vida de cada indivíduo. Ela trata muito das relações familiares e da intimidade entre essas pessoas. É sobre essas relações que nos fazem ser quem somos. Apesar das diferenças, as irmãs têm as mesmas origens e referências. Ao longo da vida, vamos nos transformando e nos reinventando, mas são da família as memórias mais primordiais. Somos todos muito do que fomos e aprendemos na infância, vivenciada com marcas afetivas e traumáticas. Acho que o público se identifica bastante com as três irmãs na cozinha da casa tentando se relacionar e se respeitar,” avalia a atriz que descobriu este texto em uma viagem e convidou Bel Kowarick para ser a Theresa. “E ela acabou virando minha parceira na produção do projeto,” comemora.

Para Bel Kowarick, o reencontro entre as irmãs com personalidades e situações de vida tão distantes, revela uma noção de pertencimento. “Quando você sai do ambiente de casa e retorna àquela mesa de almoço, volta a ser o irmão caçula, o do meio ou o mais velho, mesmo que ganhe o mundo. Voltamos a ser a pessoa de quem não podemos fugir”, acredita a atriz. Segundo ela, a aceitação das diferenças que o espetáculo aborda de forma pontual é uma abordagem cara aos dias de hoje. “É fácil aceitar aquele que é próximo de mim, que pensa quase como eu, mas é duro conviver com o distante. É o nosso exercício atual: não precisamos necessariamente amar essas pessoas, mas sim compreendê-las e respeitá-las”.

Débora Lamm afirma que a resolução de conflitos internos é a maior característica de sua personagem. “Agnes tem uma grande ferida em seu passado e a peça trata do momento em que ela dá atenção a isso para poder seguir”. A atriz acredita que todas as personagens apresentam forte capacidade de gerar identificação no espectador. “O ambiente familiar reúne nossas primeiras referências e também nossos primeiros conflitos. É o primeiro espelho para o mundo. Essas três irmãs passam por questões básicas de nós humanos que dizem respeito aos laços de sangue, aqueles que não escolhemos e com os quais somos obrigados a conviver,” avalia.

A Ponte é uma peça extremamente popular e foi o texto de maior sucesso do autor canadense. “A qualidade da dramaturgia é latente no texto de MacIvor,” ressalta o diretor Adriano Guimarães. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Duração: 120 min

Classificação indicativa: 12 anos

Ficha Técnica

Texto: Daniel MacIvor

Tradução: Bárbara Duvivier

Dramaturgia: Emanuel Aragão

Direção: Adriano Guimarães

Elenco: Bel Kowarick, Debora Lamm e Maria Flor

Assistência de direção e stand in: Liliane Rovaris

Cenografia: Adriano Guimarães e Ismael Monticelli

Figurino: Ticiana Passos

Iluminação: Wagner Pinto

Direção de Movimento: Denise Stutz

Programação Visual e fotografia: Ismael Monticelli

Fotos de cena: Flavia Canavarro

Assessoria de imprensa: Morente Forte

Produção Executiva: Adriana Salomão

Produção Local SP: Contorno Produções

Administração e Produção: Super Normal

Direção de Produção e Idealização: Bel Kowarick e Maria Flor

Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

Patrocínio: Banco do Brasil, Cateno e 3M

A Ponte

Local: Teatro

01 de fevereiro a 25 março de 2019

Sexta, sábado e segunda, 20h

Domingo, 18h

Sessões extras: 21 e 28 de fevereiro, quintas-feiras, 20h

Sessão com tradução em Libras: 22 de fevereiro, 20h

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