.Por Alexandre Oliva.

Vou-me embora pra Pasárgaddad
Rei, amigo, não há mais
Morto e enterrado há séculos
Ciro, o Grande, lá jaz

Vou-me embora pra Pasárgaddad
Vou-me embora pra Pasárgaddad
Aqui não será feliz
E existir será aventura
De tal modo inconsequente
Se Jair, o da tortura
Fascista e falso doente
Vier a ser presidente
Eleito pra ditadura

Tão logo volte a suástica
Fugirei de bicicleta
Pra longe do burro brabo
Que resgata o pau-de-arara
E choques pra nos domar!
Não quero ser afogado
Em balde d’água do rio.
Lá, as crianças na escola
Ouvem contar a História
Que no tempo de eu menino
Ninguém podia contar.
Vou-me embora pra Pasárgaddad.

Em Pasárgaddad tem tudo,
Real civilização!
Tem um processo seguro
De contar a votação!
Tem telefone InternÉtico
Sem fake news de maldades
Mas com verdades bonitas
Para a gente divulgar.

E se aqui estiver bem triste
Assim de temer jair
E então a noite cair
Matando com seu coturno…
— Lá, não preside o Haddad,
Mas com a Manu de vice
Deu Lula, sem outro turno!
Vou-me embora pra Pasárgaddad.