Em São Paulo – AI WEIWEI RAIZ é a primeira exibição do artista plástico Ai Weiwei no Brasil, e também a maior já realizada por ele. Com projeto desenvolvido e curado por Marcello Dantas, a mostra chega para apresentar a história deste artista por meio de seus mais icônicos trabalhos, além de obras inéditas nascidas de uma imersão profunda pelo Brasil e suas tradições. Em cartaz a partir de 20 de outubro na Oca no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Um dos principais nomes da cena contemporânea mundial, Ai Weiwei deixou seu país de origem em 2015 e se destaca no cenário internacional pelo interesse que demonstra pelas questões sociais e humanas, como a crise mundial de imigração. Alguns de seus trabalhos mais conhecidos são grandes instalações que muitas vezes tensionam o mundo contemporâneo e os modos tradicionais chineses de pensamento e produção, como sua obra-prima Dropping a Han Dynasty Urn (Deixando cair uma urna da dinastia Han), um trabalho que mostra o jovem artista derrubando intencionalmente uma urna cerimonial de cerca de 2.000 anos, da Dinastia Han, período da história da civilização chinesa. A ação subversiva e transformadora foi captada e transformada em três imagens que vêm sendo expostas em mostras por todo o mundo. No Brasil, poderá ser vista a versão dela em peças de Lego.
Outras obras históricas conhecidas mundialmente também estarão expostas, como a Sunflower Seeds (Sementes de Girassol), trabalho composto por milhões de ‘sementes de girassol’ de porcelana pintadas à mão por artesãos chineses, levantando a questão da produção em massa e perda da individualidade; Straight (Reto), mostrada pela primeira vez em sua forma completa, é uma instalação feita com 164 toneladas de vergalhões de aço recuperados dos escombros de escolas de Sichuan (China) após o forte terremoto que abalou a China em 2008; Forever Bicycles (Bicicletas Forever) é uma obra de caráter arquitetônico que utiliza bicicletas como blocos de construção, fazendo também uma alusão à multiplicação e repetição. O nome da instalação é inspirado na famosa marca chinesa de bicicletas ‘Forever’, bastante comum durante a infância do artista, quando este era o principal meio de transporte na China; e Moon Chest (Cofre de Lua), uma série de baús feitos com a preciosa madeira Huali, o Marmelo Chinês, que apresentam as quatro fases da lua aos visitantes que atravessam a instalação.
Já a imersão pelo Brasil contou com a consultoria da designer Paula Dib e colocou o artista em contato com comunidades, artesãos, manifestações culturais e recursos regionais até então desconhecidos por ele, resultando em trabalhos inéditos, feitos com madeira, sementes, raízes, tecidos e couro. Ai Weiwei se propôs a desvendar e absorver a cultura local e moldar objetos que representam a biodiversidade, a paisagem humana e a criatividade brasileira. Entre os destaques está uma série de obras feitas com centenárias raízes do pequi-vinagreiro, espécie de árvore típica da Mata Atlântica baiana atualmente em risco de extinção, encontradas desenterradas na região de Trancoso, na Bahia. Estes resíduos descobertos no meio da mata foram selecionados e trabalhados pelo artista junto a carpinteiros chineses e brasileiros.
Há também múltiplos produzidos especialmente para o Brasil, formados por moldes em porcelana branca ou pintada, de quatro elementos tipicamente brasileiros que, com as iniciais de seus nomes, constroem a palavra FODA: Fruta do Conde, Ostra, Dendê e Abacaxi. Ex-votos feitos por artesãos de Juazeiro do Norte (CE), uma instalação feita com couro e o alfabeto armorial, de Ariano Suassuna, mais de uma tonelada de sementes de olhos de cabra são outros dos cerca de 70 itens que completam a mostra que ficará em cartaz até 20 de janeiro de 2019.
Co-produzida com as fundações Proa (de Buenos Aires, Argentina) e CorpArtes (de Santiago, Chile), que receberam a mostra em formato menor, também com curadoria de Marcello Dantas, AI WEIWEI RAIZ é uma exposição organizada pela Magnetoscópio com Ai Weiwei Studio, em colaboração com a Lisson Gallery e apoio de neugerriemschneider e Galleria Continua. (Carta Campinas com informações de divulgação)
AI WEIWEI RAIZ
De 20 de outubro de 2018 a 20 de janeiro de 2019
Oca – Parque Ibirapuera – São Paulo – SP
Horário de funcionamento:
– terça-feira a sábado das 11h às 20h (entrada até às 19h)
– domingos e feriados das 11h às 19h (entrada até às 18h)
Última entrada 1h antes do fechamento da exposição.
Fecha: somente às segundas-feiras, dias 24/12, 25/12, 31/12 e 01/01 (Natal e Ano Novo)
Ingressos:
– inteira R$ 20,00
– meia R$ 10,00 (válida somente para estudantes e pessoas de acima de 60 anos)
Os ingressos serão vendidos com horário marcado.
Local: Oca – Parque Ibirapuera
Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, sem n° – Parque Ibirapuera – São Paulo – SP
Portões 1 e 2: exclusivo para pedestre
Portão 3: pedestre e veículos
Linhas de ônibus que passam no Parque: http://parqueibirapuera.org/como-chegar/lista-de-onibus-que-passa-no-parque-ibirapuera/
Estacionamento: Zona Azul