.Por Eduardo de Paula Barreto.

Cabe-nos fazer a opção
Entre a superfície e o fundo
Entre o retrocesso e a evolução
Entre tempos de ouro e de chumbo
E na estante do nosso abrigo
Mantermos edificantes livros
Ou ensanguentadas armas
E como herança à posteridade
Deixarmos a doce liberdade
Ou paus de arara.
.
Nossas escolhas pessoais
Se refletem em outras vidas
Se plantamos lindos cerejais
Doces frutas serão colhidas
Mas se plantamos veneno
Matamos a nós mesmos
E a quem nos beija
Por isso me policio
Para que no futuro sombrio
Eu possa cultivar cerejas.
.
Aquele que for escolhido
Para ser o nosso jardineiro
Talvez nos dê campos floridos
Ou destrua os nossos canteiros
Porque até a terra dita dura
Pode receber semeadura
Se o jardineiro for do bem
Mas se ele for do mal
A terra será pedregal
E as sementes serão reféns.
.
Somos aquele que semeia
E também a planta que nasce
E em nossas raízes permeiam
As nossas duas faces
E a face que cresce
É aquela que recebe
Adubo e água fresquinha
O bom jardineiro nos faz flores
Mas se nos adubam com dores
Desabrochamos ervas daninhas.
.
17/10/2018