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A arma pacífica

.Por Eduardo de Paula Barreto.
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Tenho utilizado a poesia
Como arma pacífica
Contra o que contraria
O meu ideal de política
E não luto por mim
Mas pelos outros e assim
Cumpro o meu chamado
Enquanto parte do povo
Empunha armas de fogo
Eu atiro versos rimados.
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Não sou empregado
Também não sou mulher
Nem descendente de escravos
Ou mesmo índio mawé
Não sou LGBT
Nem artista de TV
Tampouco sou nordestino
Não sou estudante
Nem triste imigrante
Que vaga sem destino.
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Não sou miserável
Que depende de Brasília
Para beber água potável
Ou receber bolsa família
Não sou fiel de religião
Que não adota o viver cristão
Também não sou suspeito
Que sofre perdas e danos
Sem que os direitos humanos
Lhe garantam respeito.
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Sou apenas um poeta
Que quer vida plena
Para todos no Planeta
Vitimados pelo sistema
Que cria castas sociais
Para satisfazer os ideais
Das privilegiadas minorias
Que em nome da tradição
Oprimem aqueles que não
Se submetem às oligarquias.
.
Luto contra a implantação
Da Sharia das Américas
Que transforme a Constituição
Numa Bíblia evangélica
Para limitar a liberdade
Transformando a sociedade
Numa teocracia absoluta
Onde os homens usem espadas
E as mulheres sejam obrigadas
A se cobrirem com burcas.
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Hoje os tolos sentem-se afortunados
E riem por Bolsonaro ter vencido
Mas invejarão os derrotados
Ao descobrirem que foram traídos
E que serão os primeiros
A chorar sobre o travesseiro
Por terem acreditado em bravatas
E verão que quem encarna
O ódio como uma arma
Se torna vítima da culatra.
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29/10/2018

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