O sociólogo Celso Rocha de Barros elenca uma lista de virtudes invertidas de Jair Bolsonaro e se espanta que ainda tenha gente que o leve a sério.

Para Rocha de Barros, Bolsonaro nunca deu a entender que era um democrata e que respeitaria o resultado de uma eleição.

Não é, portanto, novidade sua mensagem recheada de melodrama em uma cama de hospital. Rocha de Barros afirma ainda que o plano dos bolsonaristas é dar um novo golpe na democracia recém golpeada, já que, na visão do sociólogo, para este segmento, governar sem democracia é mais “fácil”.

Publicado no jornal Folha de S. Paulo, o artigo de Celso Rocha de Barros inicia sua reflexão dizendo que “se você quiser eleger Bolsonaro, aproveite, porque deve ser seu último voto. Depois da última semana, não há mais dúvida de que o plano dos bolsonaristas é dar um golpe. Golpe mesmo, golpe raiz, não esses golpes Nutella de hoje em dia.”

O sociólogo prossegue: “sejamos honestos, nunca houve motivo para suspeitar que Jair Bolsonaro fosse um democrata. Nunca vi uma entrevista em que Bolsonaro prometesse reconhecer o resultado da eleição em caso de derrota. O que vi várias vezes foi discurso picareta sobre urnas eletrônicas.”

E detalha os predicados golpistas do ex-capitão: “Bolsonaro defendeu a ampliação do número de membros do Supremo Tribunal Federal, o que é a página 2 do manual do ditador. Chávez fez, a ditadura militar fez, todo ditador faz. Afinal, a Constituição é o que o Supremo disser que é: se você encher o Supremo de puxa-sacos, a Constituição passa a ser o que você quiser. Daí em diante, você é ditador.” (Do 247)