O jornal espanhol La Vanguardia publicou uma matéria nesta segunda-feira (30) sobre o príncipe da Lava Jato, juiz Sérgio Moro.

A publicação diz que Moro não tem escrúpulos e usa até compra de testemunhas para obter sucesso em sua suposta luta contra a corrupção.

Na Espanha não se aceita acordo de delação porque a prática pode prejudicar a credibilidade do depoimento.

Confira alguns trechos da reportagem, traduzidos pelo DCM:

Por trás da prisão do ex-presidente brasileiro, Lula da Silva, está o juiz Sérgio Moro, um magistrado que não tem escrúpulos em usar quase todos os meios à sua disposição para combater o clientelismo secular que caracteriza a política no Brasil.

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Ele tem magistralmente usado a mídia para mobilizar a opinião pública em favor da investigação sobre um financiamento dos partidos ilegais e subornos pessoais no ambiente da empresa brasileira de petróleo Petrobras e várias empresas de construção, entre os quais Odebrecht.

Em uma ocasião, ele ainda vazou para a gravação de mídia de uma conversa privada entre Lula e Dilma Rousseff, quando o então presidente brasileiro Lula queria incorporar seu gabinete para proteger contra o avanço do imposto intrépido Lava Jato. Os advogados de defesa de Lula também denunciaram que Moro deu sinal verde para a colocação de microfones em seus escritórios.

Moro foi além de qualquer outro juiz na longa história de investigações anticorrupção, graças ao uso abundante de delações premiadas, que anteriormente eram proibidas no Brasil.

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Esses métodos são controversos e mais e mais especialistas em direito estão perplexos. “Existem muitas irregularidades; tem proximidade com os promotores e com a polícia que não é própria de um juiz “, diz Thiago Bottino, professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas em entrevista no Rio de Janeiro.

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A matéria também fala sobre Moro ter deixado suas férias para impedir que o desembargador Rogério Favreto concedesse a liberdade ao ex-presidente Lula:

“Dezenas de especialistas jurídicos alertaram que um juiz que está de férias não pode contradizer outro, e menos se ele encabeçar um tribunal superior ao seu. É a quarta vez que Moro desobedece as ordens de um tribunal superior. Mas ele não sofreu sanção disciplinar. A longo prazo, as irregularidades podem custar caro”. (Do DCM sobre matéria do La Vanguardia)