A Orquestra Sinfônica de Campinas se apresenta no próximo sábado, 16, às 20h, e domingo, 17, às 11h, no Teatro Castro Mendes. Os músicos, sob a regência do maestro convidado Marcelo de Jesus, interpretam a Fantasia Escocesa, op.46, de Max Bruch (1838-1920) e a Sinfonia nº 10, de Dmitri Shostakovich (1906-1975) – peças consideradas emblemáticas da literatura orquestral.

O violinista brasileiro Cármelo de los Santos, que participa como solista dos concertos, tem uma expressiva carreira como solista, camerista e pedagogo. Desde sua experiência como concertista às recentes apresentações das integrais dos Caprichos de Paganini e as Sonatas e Partitas de Bach, seu virtuosismo e compromisso musical tem cativado o público internacionalmente. Ganhou projeção nacional aos 16 anos quando foi o mais jovem vencedor do mais importante concurso musical brasileiro, o “VII Prêmio Eldorado de Música”, em São Paulo. Desde então vem se apresentando como solista convidado de mais de 40 orquestras pelo mundo. Obteve o diploma de Bacharelado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestrado na Manhattan School of Music, Nova York, e Doutorado na University of Georgia, Geórgia, EUA. Cármelo é professor titular na Universidade do Novo México, Albuquerque, EUA, onde vive. Toca em um violino J.B. Vuillaume de 1828.

O maestro Marcelo de Jesus é regente da Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA), regente adjunto da Amazonas Filarmônica (AF), Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica e diretor adjunto do Festival Amazonas de Ópera. Eleito maestro-revelação pela Revista Bravo!, regeu Turandot, Otello, Zap (Marcelo Tas), Pedro Malazarte, “Maroquinhas Fru-Fru” (Ernst Mahle), O Barbeiro de Sevilha, A Noite Transfigurada, O Diálogo das Carmelitas, Otello (Rossini), Poranduba (Villani-Cortes) e “Yerma” (Villa-Lobos). Foi premiado pela APCA 2010 – Melhor Gravação de Música Brasileira com o CD Velhas e Novas Cirandas. Regeu a Sinfonia Toronto (Canadá), Teatro Colón de Bogotá, Sinfônica de Sergipe, Orquestra do Teatro Nacional Claudio Santoro, Filarmônica do Espírito Santo, entre outras.

Veja mais informações sobre as obras, segundo as considerações do pesquisador Leonardo de Oliveira:

Max Bruch
Fantasia Escocesa, op.46

Escrita a partir de melodias folclóricas, a Fantasia Escocesa é uma peça de quatro movimentos que foi composta entre os anos de 1879 e 1880 e dedicada a Pablo Martín Melitón de Sarasate y Navascués, grande violinista de seu tempo. Apesar de dedicada a Sarasate, Joseph Joachim foi o músico que a estreou na cidade de Liverpool com Sociedade Filarmônica da cidade em 1881. Jochim, infeliz de tocar uma obra que não era dedicada a ele, desagradou o compositor em sua apresentação, que a descreveu como insegura e descuidada.

As fontes folclóricas são claras em sua música: Adagio cantabile – “Auld Robin Morris”; Scherzo – “Hey, the Dusty Miller”; Andante sostenuto – “I’m a-Doun for Lack o’ Johnnie”; Finale – “Scots Wha Hae”. Cada um dos movimentos possui um caráter distinto. Inicia-se com austeramente para preparar um movimento lírico e triste. O movimento seguinte é contrastante, virtuoso para o solista. Antes da finalização do tema utilizado na Batalha de Bannockburn, variações sobre um tema lento é o mote do movimento anterior.

Dmitri Shostakovich
Sinfonia n.º 10 em mi menor, Op. 93

A influência de Serguei Prokofiev está presente na música de Shostakovich. A preocupação deste em renovar a música soviética e ampliar o sistema tonal é lugar comum também daquele. Mesmo com a presença de formas tradicionais em sua escrita, com fugas e trechos tonais clássicos, ouvimos surpresas criativas, dramáticas e expressivas que rompem com o lugar comum e surpreendem a escuta. Por isso, o compositor foi duas vezes penalizado pelo regime stalinista que baniu parte de suas obras e obrigou-o a retratar-se em público. Após a morte de Stalin e o envio de uma comitiva de personagens significativos do regime o músico pode continuar obras que estavam suspensas. É nesse contexto que sua Décima Sinfonia é divulgada.

Revela-se em sua escrita, algumas marcas que apenas analisando sua escrita podemos notar: um motivo recorrente em toda a música traz as notas que compõe parte do nome do compositor – DSCH; há o resgate de temas de suas músicas Quatro Monólogos de Pushkin, Concerto para Violino, Sinfonias VI e VIII. O primeiro movimento é sombrio, depressivo, mas que nos leva a um momento de clímax e finalização tranquila. Seguem, então, um movimento de ataque a Stalin, violento e feroz. O terceiro movimento apresenta-se em caráter mais diverso, com o uso das notas de seu nome. A obra finaliza-se com grandeza, muitas vezes nostálgico e triste, mas com um ar de esperança e triunfal. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Programa

Max Bruch (1838-1920)
Fantasia Escocesa, op.46

Dmitri Shostakovich (1906-1975)
Sinfonia n.º 10 em mi menor, Op. 93

Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Regência: Marcelo de Jesus
Solista: Cármelo de los Santos, violino
Quando: sábado, 16, às 20h; domingo,17,às 11h.
Onde: Teatro Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos,s/n. Vila Industrial. Campinas). Telefone (19) 3272.9359.
Ingressos: sábado – R$30,00 (inteira), R$ 15,00 (estudantes, aposentados), R$ 10,00 (professores das escolas públicas e privadas de Campinas e das cidades da Região Metropolitana, pessoas com mobilidade reduzida e portadores de deficiências), R$ 5,00 (estudantes das redes municipal e estadual).
Valor promocional aos domingos: R$ 6,00 (inteira), R$ 3,00 (meia entrada); R$ 2,00 (professores das escolas públicas e privadas de Campinas e das cidades da Região Metropolitana, pessoas com mobilidade reduzida e portadores de deficiências); R$ 1,00 (estudantes das redes municipal e estadual).