Para tanto, o pesquisador foi convidado a fazer um recorte da atual produção de violeiros no estado paulista, que resulta agora no disco com composições de 19 artistas ou grupos diferentes – instrumentais ou cantadas -, com influências múltiplas, mas que têm em comum a paixão pela história e pelo som da viola. Apesar das origens lusitanas e da descendência remota dos instrumentos musicais árabes, a viola teve acolhida tão ampla e profunda em território nacional, que hoje é possível falar de uma Viola Brasileira. O uso do instrumento em predominância na região Sudeste e seu enraizamento na cultura caipira delimitaram, no imaginário popular, a viola à música caipira.
É certo que a viola não se circunscreve a uma região, mas foi na chamada Paulistânia que ela teve seu maior desenvolvimento em termos de multiplicidade rítmica e criação de afinações distintas.
Apresentado por Ivan Vilela, o show reúne 18 violistas: Bob Vieira, Bruno Sanches, Gil Fererich, Neto Stéfani, Osni Ribeiro, Reinaldo Toledo, Renato Gagliardi, Ricardo Matsuda, Rodrigo Nali, Ronaldo Sabino, Vinícius Alves, Zé Guerreiro, Zé Gustavo e Zé Márcio, além de Fabíola Mirella, Jackson Ricarte, Moreno Overá e Sérgio Penna, todos estes voz e viola e mais o músico Fabius (viola de cabaça e vocal). Completam o time: Rafael Schimidt e Tiago Brasil (violão), Rafael Ramos (contrabaixo), Otavio Gali (baixo acústico), Piza (bateria), Ricardo Perez (percussão), Bruno Menegatti (rabeca) e Patrícia Gatti (cravo).
São músicos de vertentes distintas, do rock à música clássica contemporânea, da toada caipira aos temas instrumentais. No repertório, canções e “modas de violas”, oriundas dos estados e regiões de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e Sul de Minas Gerais, Norte do Paraná, parte sul do Mato Grosso e de Tocantins, locais onde a chamada cultura caipira é presente e o consumo da dita música caipira acontece em grande escala.
“Impulsionando um novo voo da viola paulista, o SESC nos presenteia com este registro sobre uma parte da produção musical feita com a viola no estado de São Paulo. Para esse disco não foram escolhidos os violeiros já consagrados e com vasta discografia, mas sim os que estão iniciando suas carreiras ou os que depois de um tempo de estrada não conseguiram, por razões diversas, o reconhecimento esperado e, diria, merecido por seus trabalhos”, comenta o curador Ivan Vilela.
Os ingressos para o show, que acontece no Teatro do Sesc, variam de R$ 5 a R$ 17 e podem ser adquiridos pelo Portal do Sesc ou nas Unidades. (Carta Campinas com informações de divulgação)