No primeiro programa Roda Viva, da TV Cultura, após a saída de Geraldo Alckmin (PSDB) do governo de São Paulo, o ranço do aparelhamento tucano foi retirado do ar pelo novo apresentador, Ricardo Lessa.

Durante anos, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e a apresentação de Augusto Nunes aparelharam completamente a TV Cultura, que se transformou na TV com o jornalismo mais reacionário e partidário do Brasil. A bancada do Roda Viva para entrevistas se traduzia num piquenique do ninho tucano. Mais monolítico que o padrão soviético de jornalismo na Guerra Fria.

Nos telejornais, há sempre um papagaio de pirata tucano ou alguém mais neutro para tentar disfarçar o aparelhamento. Comentaristas desequilibrados e cínicos se revezam, por exemplo, no Jornal da Cultura. Praticamente todos ligados ao ninho tucano paulista.

A mudança provocada no Roda Viva desta segunda-feira (9/4) foi estrondosa e fez a TV Cultura respirar um pouco de democracia e sair do sufoco antidemocrático.  O programa, que foi de debate e não entrevista, refletiu sobre a atual situação do Brasil: o momento político, os entraves jurídicos e, em especial, a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Participam da bancada do programa, Fábio Prieto de Souza, desembargador federal e juiz do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo; Euro Bento Maciel Filho, professor e mestre em Direito Penal pela PUC de São Paulo; Carlos Melo, cientista político do Insper; Alberto Carlos Almeida, cientista político, diretor do Instituto Brasilis e autor do livro ‘A Cabeça do Brasileiro’; e Cláudio Couto, cientista político e professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

Você pode até não concordar com os debatedores, mas pela primeira vez o Roda Viva teve um pouco de honestidade intelectual.