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O tesão de mandar e o ódio aos pobres que se tornaram impertinentes

.Por Susiana Drapeau.

Ah, como é bom mandar em pessoas, ser servido, determinar, decidir e fazer com que pessoas trabalhem para você do jeito que sua própria loucura determina.

Você já teve chefes e chefes e entre eles há aqueles com tesão sádico de mandar e também aqueles com compreensão para direcionar. Há uma linha tênue que oscila nessas condutas, mas você sabe do que estou falando.

É aquele que o poder sobe à cabeça e seus desejos se confundem com a ordem em um fio tênue de poder. É o chefe vira-lata na estrutura de poder, um verme da estrutura vertical. Late como um cão raivoso contra os subordinados e mia como um gatinho para os superiores. Mas tudo isso pode ser bem sutil, amenizado, liso.

É este o sujeito que tem o tesão de mandar. E o prazer de mandar, de ser chefe, de ordenar, de se sentir superior pode agraciar e seduzir qualquer um. Afinal, somos humanos, e ter o mínimo poder já pode influir personalidades e caráteres (ou a falta de caráter).

Agora imagina esse sujeito seduzido pela estrutura das migalhas de poder, seduzido pela ordenação hierárquica na estrutura de produção, na estrutura de classes, na estrutura econômica, mas que, de repente, se depara com o pobre impertinente.

Imagina se deparar diante de um pobre insubmisso, um estudante descabido, um questionador vindo das classes mais baixas, um sem-terra, um sem-teto, um pobre petista, um qualquer que questiona a ordem, o discurso e o poder distribuído.

Ah, que ódio, diria, que ódio desses vagabundos, desses que não se põem no seu lugar, na sua condição, no seu quadrado.

Ah.. como o tesão de mandar é a face oculta do ódio fascista.

 

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