Somente dois anos após uma das maiores crises hídricas do estado de São Paulo, o volume do Sistema Cantareira, um dos maiores complexos de abastecimento de água do estado, está com 51% de sua capacidade nesta sexta-feira (16).

O Consórcio PCJ, que gerencia os recursos hídricos das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e participa do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, considera o número preocupante e avalia que o volume ideal seria por volta de 70% nesta época do ano.

Segundo relatório divulgado pelo consórcio no mês passado, caso as chuvas do início deste ano não ocorram de forma consistente, as chances de indisponibilidade de água são grandes, principalmente porque é esperada para 2018 a ocorrência do fenômeno La Niña, o que pode representar fortes secas na região Sudeste.

Veja histórico:

TCE confirma que falta de planejamento de Alckmin gerou crise hídrica em São Paulo

Universidades públicas de São Paulo ligam crise hídrica à degradação ambiental

Vote: qual a melhor frase de Geraldo Alckmin sobre a crise hídrica de São Paulo?

Para geógrafos de Campinas, governo Alckmin deve ser cobrado por crise hídrica

Centralizador, Alckmin gerou crise na gestão da água, diz professor da Unicamp

Outra questão importante a ser considerada, segundo o consórcio, é que os lençóis freáticos ainda não se recuperaram da escassez de água dos últimos anos. Apesar das chuvas intensas de 2015 e 2016, elas tiveram curta duração e o lençol freático não foi carregado suficientemente.

Em 2017, as chuvas chegaram a quedas próximas de 15% da média histórica e, neste ano, os lençóis freáticos não estariam preparados para uma possível crise. Além disso, a região Sudeste tem grande impermeabilização do solo, o que causa mais dificuldades para o carregamento do lençol.

A Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo (Sabesp), respondeu a reportagem da Agência Brasil até a conclusão da reportagem. (Agência Brasil/Carta Campinas)