Febre amarela e uma história do SUS que não vai passar no Jornal Nacional
Carta Campinas
.Por José Marcos Thalenberg.
Hoje, fui supervisionar médicos do Programa Mais Médicos em Franco da Rocha, zona de risco para febre amarela e, até agora, com um caso notificado. Na UBS Mato Dentro (nome auto-explicativo), região paupérrima, a Dra. Maritza Pupo (médica cubana, competente e queridíssima por todos) conta que o rapaz afetado (16 anos) é paciente dela. Sua irmã de 8 anos veio lhe procurar e disse que seu irmão estava muito doente. Fez a visita domiciliar, constatou a gravidade e rapidamente foi transferido de ambulância ao hospital. Lá, seu quadro piorou: hepatite fulminante. Foi contatada a Central de Transplantes que, em pouco tempo, providenciou o órgão. O transplante foi realizado e o rapaz acordou do coma há dois dias. Maritza falou há pouco com ele, lúcido e animado. Tudo indica que vai escapar. Aproveitei e me vacinei na UBS, dose plena. Na próxima visita, estarei coberto.
Ao escrever esse episódio, me emociono. O SUS é meu, é seu, é nosso. Gostaria que todos se convencessem disso. (Do Facebook do médico José Marcos Thalenberg)