A região, uma das mais militarizadas do mundo, e uma das mais turísticas do Rio, será a primeira beneficiada pelo projeto de mais policiais.
Moradores, porém, não acreditam no aumento de policiais para coibir roubos e furtos nos bairros, cartões-postais da cidade e que concentram número expressivo de turistas no fim de ano. Para conter a violência, eles cobram políticas públicas para a população mais pobre e desconcentração da riqueza entre os cariocas.
Anunciado pelo prefeito Marcelo Crivella na segunda-feira (27), o objetivo do programa é prevenir a desordem urbana e a criminalidade na cidade. A prefeitura pretende aumentar o efetivo de policiais militares nos bairros, pagando agentes de folga para trabalhar em equipes com a Guarda Municipal. No total, serão 280 pessoas no patrulhamento.
A população acha que não vai resolver nada. Morador de Copacabana há cinco anos, o analista de sistemas Thiago Mourão foi categórico ao afirmar que a única solução para o Rio é o enfrentamento às desigualdades sócio-econômicas, de maneira a melhorar as condições de vida da população e garantir acesso a políticas públicas.
“O bairro tem policial, mas não está resolvendo”, afirmou. “Tem de ter política pública e diminuição da violência”, acrescentou. Segundo Mourão, são comuns pequenos furtos em Copacabana, cometidos por adolescentes nas ruas.
De acordo com o analista, em geral são crianças pobre e negras, vindas de outros bairros e até de outras cidades do Rio. “Vira e mexe a gente vê a população gritando ‘pega-pega’ para esses meninos, que roubam pequenas coisas, que são pegos e espancados pelos próprios moradores. Ou seja, precisamos atacar as razões desses jovens estarem aqui”, declarou.
Outra preocupação dos moradores do bairro é com os moradores em situação de rua, que o programa da prefeitura pretende abordar. Uma das alternativas é o recolhimento para abrigos.
A impressão dos moradores é que o número de pessoas vivendo nas ruas de Copacabana e Leme aumentou em 2017. “Percebemos famílias dormindo pelas ruas. Esses dias eu vi até uma barraca de lona preta montada por um morador de rua na praia”, lembrou a bancária Fabiana Salles, que vive no bairro há mais de sete anos.
Ela cobra abrigos de qualidade para a população de rua e medidas definitivas para “que essas pessoas não voltem para rua”. (Da Agência Brasil, edição Carta Campinas)