O Instituto de Previdência Social do Município de Campinas (Camprev) fez um investimento nebuloso em um hotel de luxo do Rio de Janeiro. O hotel que fica na Barra da Tijuca está na mira da operação Lava Jato.

Nesta segunda-feira (2), o vereador Pedro Tourinho (PT) protocolou um pedido de informações oficiais sobre um investimento.

O empreendimento seria atualmente de um empresário foragido da justiça, acusado de fazer parte da quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O vereador quer saber como a aplicação é avaliada pelo Comitê de Investimentos do Camprev (Comin), qual empresa prestou consultoria sobre a operação, de que forma ela foi contratada, quais medidas serão tomadas sobre isso e quem foi responsável pela decisão de investir nesse empreendimento.

Tourinho também solicitou cópias da ata do Comitê na ocasião do investimento, em junho de 2016. “Trata-se de um alto valor e o hotel agora está bloqueado pela Justiça. A administração precisa explicar para população, sobretudo para os servidores, o que é que de fato aconteceu”, comenta o parlamentar. Pelo Portal da Transparência, é possível confirmar a aplicação de R$ 14.996.111,11.

Vereador Pedro Tourinho
Vereador Pedro Tourinho

Com custo de aproximadamente 333 milhões de reais, a obra foi executada pela LSH Empreendimentos, que é controlada por um Fundo de Investimento, o Fundo FIP LSH. Um dos investidores do fundo é a AS Patrimonial LTDA, que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), tem ligação com Artur Soares, um dos empresários que mais lucrou durante os governos de Cabral e está foragido da justiça, acusado de pagar 2 milhões de propina em uma votação para que o Rio de Janeiro fosse cidade sede das Olimpíadas de 2016. O empreendimento está embargado pela justiça desde o início de setembro em razão dessa suspeita.

O MPF em Brasília também investiga – há um ano – o hotel, porque a obra recebeu dinheiro de fundos de pensão públicos. Batizada de Greenfield, a operação quer descobrir se a LSH e a The Trump Organization foram beneficiadas com investimentos de fundos previdenciários, por meio de pagamento de propinas e comissões. De acordo com os procuradores, investimentos de fundos de pensão considerados “modestos” eram investimentos arriscados. (Com informações de divulgação)