.Por Flávio Luiz Sartori.

A pesquisa IBOPE Globo, que coloca Lula na liderança com 35% na sondagem estimulada, divulgada no ultimo final de semana, em um domingo e sem destaque de manchete foi uma ação de pressão da família Marinho em nome dos setores golpistas das elites e dos mercados sobre os partidos golpistas, principalmente o PSDB, que a praticamente um ano da eleição continuam sem alternativa de um candidato de oposição viável e cada vez mais “nas mãos” de uma candidatura Bolsonaro, que dificilmente conseguira transpor a casa dos 30% junto ao eleitorado e não tem mínima condição de fazer frente a Lula.

O único destaque momentâneo na mídia tradicional desta pesquisa ficou para o UOL da Folha e obviamente para a mídia alternativa e progressista nas redes sociais.

Desesperado, o Estadão, em estado de pré-falência, fez coro a pressão dos Marinhos pela via do medo ao publicar em um de seus blogs, a Coluna Estadão, que em rodas de conversas, analistas do mercado financeiro já estariam dizendo que no caso de um segundo turno entre o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) teriam preferência pelo deputado da direita radical com viés para o fascismo porque a eleição de Lula provocaria a disparada do dólar, chegando a citar falsas projeções de que moeda norte-americana poderia ficar acima de seis reais.

Os tais “analistas do caos” profetizaram que Lula levaria vantagem em um quadro eleitoral com a abstenção muito alta devido ao fato das pesquisas mostrarem de que o petista já tem mais de 30% na preferência dos eleitores.

Para a Globo e a elite escravagista, a solução ideal seria colocar o PT e os outros partidos progressistas na ilegalidade, impedindo que disputassem a eleição de 2018 ou, até mesmo um adiamento desta eleição em um processo de endurecimento rumo a uma ditadura.

Porem, ao que tudo indica, eles não tem forças para isto neste momento porque medidas desta magnitude representariam um imenso desgaste com a possibilidade de um enfrentamento muito duro e com os movimentos de massas.

Neste caso, os golpistas necessitam se unificar o mais depressa possível antes que seja tarde demais, nem que seja sobre a pressão do medo do “fantasma das esquerdas” em uma realidade em que Lula deve estar até com mais de 35% de intenções de votos estimulados.

Sempre que os processos eleitorais se aproximam, pesquisas com resultados duvidosos aparecem e no caso destes últimos DataFolha e IBOPE não seria diferente. Para os golpistas com os irmãos Marinho à frente, uma manipulação com Lula na faixa dos 20% a 30% e um candidato das hostes golpistas na casa dos 30%, nem que fosse um Luciano Huck da vida, seria o ideal, mas o anti Lula definitivo ainda não existe.

O que os golpistas tem é o Bolsonaro, que de acordo com o IBOPE esta no teto de 15%. Os outros nomes então seriam Marina Silva, que cai cada vez mais e nunca empolgou a ponto de ser um anti Lula para valer, também tem Geraldo Alckmin que é Governo em São Paulo, portanto vidraça, Doria que na realidade deve estar fingindo ser candidato de extrema direita a serviço de Alckmin para tirar votos de Bolsonaro, tem também o Ciro Gomes que seria uma terceira opção, porem sem condições de avançar nem à direita nem e a esquerda, principalmente com Lula na disputa.

O PT mesmo sem Lula terá candidato próprio forte porque este candidato herdará sim a maioria dos votos lulistas paulatinamente durante campanha eleitoral. Quanto a Luciano Huck, na realidade apenas seria um preposto da Globo muito fácil de ser desmascarado em uma campanha eleitoral.

Neste caso, o que restaria a direita golpista? Ir para a disputa acreditando em uma pretensa “recuperação econômica”, algo parecido com o que Macri usou n Argentina recentemente, com seu partido tendo um desempenho apenas razoável que foi turbinado por praticamente toda mídia local como que se fosse uma grande vitória quando não foi.

Ter um candidato anti Lula e esquerdas apoiado no anti petismo e na direita, incluindo os fascistas, com o detalhe deste candidato aparentemente não ter nada em comum com Temer e sua turma.

Neste contesto, o desejo dos golpistas seria algo parecido com a eleição de 1994, quando Lula liderava ate meses antes da eleição e então tivemos um centro articulado com a direita personificado na figura de um FHC alçado a condição de pretenso “salvador da pátria” na carona do Plano Real em uma articulação dos mesmos golpistas de hoje, que conseguiu iludir uma maioria de eleitores brasileiros em duas eleições (também em 1998), sendo que foram desmascarados em 2002, quando o povo brasileiro definitivamente caiu na real diante dos enganadores.

Só mesmo a necessidade de construir um anti Lula e forças progressistas, o mais depressa que for possível é que pode explicar que pesquisas do DataFolha e do IBOPE possam estar sendo divulgadas com Lula acima dos 35% a esta altura do campeonato porque se os golpistas não se viabilizarem em um processo eleitoral, por mais incrível que possa parecer, não terão legitimidade e a única saída para eles será a extinção da democracia, mas isto trará o caos.