Para o Coletivo de Educadores da Rede Municipal de Campinas, o repúdio ao projeto ocorre porque ele se opõe à luta pela construção de uma educação pública, gratuita, laica, plural, inclusiva e de qualidade socialmente referenciada. “Repudiamos o Projeto porque ele pressupõe uma visão empobrecedora do trabalho de formação humana que deve ocorrer na escola. Essa formação pressupõe a investigação sobre qualquer tema, envolvendo arte e ciência, conhecimentos escolares e não escolares, valores e conceitos, aspectos intelectuais e afetivos, mente e corpo, razão e emoção e tem como horizonte a ampliação do universo cultural dos educandos, da sua capacidade de entender e problematizar a realidade na qual vivem, de entender e conviver com as diferenças”.
Diz também que quando o projeto propõe restrições ao livre pensar na escola sobre temas relacionados à realidade política-econômica-social, à orientação sexual e identidade de gênero, o projeto nega o princípio da formação integral.
“Repudiamos o Projeto porque ele cria uma oposição entre a educação que ocorre na escola e aquela que ocorre na família. Mais grave do que isso, propõe que a relação de confiança que deve nortear as relações entre pais/alunos e professores seja substituída por relações marcadas pela desconfiança, pela delação, numa perspectiva de criminalização do trabalho do professor”, afirmam.
Além disso, eles repudiam porque o projeto porque coloca o trabalho do professor sob suspeição e desqualifica os educadores. “Por fim, repudiamos o Projeto porque, através da censura à liberdade de pensamento e expressão na escola e da criminalização do trabalho do professor, ele se articula com uma série de outras iniciativas do projeto ultraliberal-conservador em curso que têm por objetivo o ataque à educação pública, a destruição dos direitos da classe trabalhadora e dos princípios básicos da vida democrática”, anotam. Veja nota integral.