E isso se mostra no reflexo do aumento do desemprego e no baixo nível de investimento, mas essa é a parte mais visível. A parte invisível é a dificuldade para que os pequenos e médios negócios permaneçam com rentabilidade para se manterem ativos.
São muitas as medidas que transferiram recursos da sociedade para grandes corporações financeiras. Um dos casos mais escandalosos foi a anulação, pelo Carf, do pagamento pelo banco Itaú de R$ 25 bilhões em impostos e multas. Esse valor, investido em programas sociais, educação e saúde, poderia dinamizar a economia e aumentar a rentabilidade de pequenas e médias empresas.
Se você acha que R$ 25 bilhões é muito. Um refinanciamento de dívidas de deputados e grandes devedores vai causar prejuízo de R$ 220 bilhões que poderiam também entrar na economia e beneficiar pequenas e médias empresas, assim como a manutenção dos empregos.
O governo Temer é o exemplo de como grandes corporações destroem as democracias contemporâneas. O golpe parlamentar, travestido de benefício aos empresários, na verdade só beneficiou as grandes corporações e empresas ligadas a grupos políticos, por meio de benefícios, anistias e outros recursos. Enquanto pequenas e médias empresas mantém os empregos, os recursos do Estado vão para as grandes corporações que injetam dinheiro nos partidos políticos, o chamado financiamento empresarial de campanha, que foi proibido durante o governo Dilma Rousseff.
A maioria dos empresários brasileiros está vivenciando a falta dos recursos que estão migrando para esses dois grupos: mega corporações e empresas ligadas a grupos políticos. Enquanto no Brasil a maioria das famílias está endividada, os brasileiros mais ricos aumentaram os gastos no exterior, beneficiando o comércio nos Estados Unidos e Europa.