“Como continuo a produzir [na zona rural de Campinas] se a mão de obra não quer mais saber de trabalhar com a enxada porque prefere estudar e depois ter empregos que permitem melhores salários?“.
Esse é um dos questionamentos presente em um texto publicado pelo jornal Correio Popular, de Campinas, na edição desta terça-feira, 11 de julho de 2017, o mesmo dia em que o Senado Federal aprovou a reforma trabalhista que viola 14 pontos constitucionais, segundo o Ministério Público do Trabalho.
O texto, assinado por uma proprietária rural do município, também reclama da dificuldade de usar agrotóxico em região próxima à cidade.
“Como posso continuar com a produção agrícola na minha área se os vizinhos não querem mais que eu use agrotóxico e a produção orgânica é cara e seu mercado consumidor é restrito devido aos preços?”
Para a autora, o desenvolvimento social da população e a proteção do meio ambiente se tornaram um problema para os proprietários rurais no entorno de Campinas. O texto defende a proposta do plano diretor, planejamento urbano de Campinas para os próximos 10 anos, elaborado pelo governo Jonas Donizette (PSB), mas não aborda uma série de contradições (veja link). Um dos pontos mais polêmicos é a chamada macrozona, estabelecida no plano diretor da Prefeitura de Campinas.
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Coletivo Unicamp divulga Manifesto por um Plano Diretor Participativo em Campinas
Estou totalmente de acordo com o texto. Na verdade tenho uma propriedade há 15 anos, metade em área urbana e metade em área rural, onde já tentei todo tipo de cultura, criação e etc…, TODAS com prejuízo, se tem milho o povo rouba, se é gado matam, se é outra coisa colocam fogo, completamente impossível de se ter atividade rural. A área está encravada na cidade, sendo que depois dela o zoneamento volta a ser urbano, o que é completamente sem sentido. Uma outra dificuldade é competir com as grandes produções, imagina o preço que se paga nos insumos em uma propriedade de 30 alqueires em comparação a outra de 2.000 alqueires, o pequeno produtor tem que fazer milagre, na maioria dos casos conseguindo apenas trocar seu árduo trabalho pela comida que come!
Sr. Clovis, tenho um terreno ao lado da sua casa em um bairro residencial, mas não consigo ganhar dinheiro com ele. Então a prefeitura deve liberar para que eu faça um abatedouro de gado e um cortume. Eu tenho o mesmo direito que como o senhor e as pessoas com pensamento escravocrata como do artigo. O importante são meus interesse privados e a população que se dane.
Caro João Pedro, é óbvio meu caro que qualquer atividade ou uso diferente do residencial geralmente causa incômodo, seja ela qual for, industrial como citado, ou até mesmo a rural. Pense que tenho um pasto cercado por cidade dos dois lados, quando tenho gado a infestação de carrapatos é grande (caso atual), o que gera inúmeras reclamações dos vizinhos. Quando plantei mais reclamações ainda, adubo, cheiro, trator a partir da 6 da manhã e por aí vai… Fazenda não começa o serviço às 8 como na cidade! Não só o interesse da população vizinha, mas o sonho deles figura no sentido de urbanizar o trecho entre a cidade e o bairro com a máxima urgência, gerando desenvolvimento a região, melhorando transporte, e trazendo serviços públicos a região como hospital, creche e etc… Certo também que o correto seria a cidade não ter pulado algumas áreas como ocorrido, mas isso é fato. Entendo que o novo plano corrige muitas dessas “falhas” de gestões desastrosas que tivemos no passado.
quando o senhor comprou sua área, comprou como área rural! Sabia das limitações daquela área! Se não consegue exercer atividade na sua propriedade, venda-a, ninguém o obriga a mantê-la. O que não dá é transformar toda a cidade em área urbana !