Jornalistas, gráficos e funcionários do setor administrativo da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), que publica o jornal Correio Popular, de Campinas, estão em greve desde quarta-feira, 28 em protesto contra a falta de pagamento de salários, benefícios e do 13º, entre outras irregularidades cometidas pela empresa, segundo informou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.

Por unanimidade, os jornalistas, gráficos e administrativos aprovaram em assembleia em frente à sede da empresa, na Vila Industrial, a continuidade da greve. O movimento dever reforçar a Greve Geral marcada para esta sexta-feira, 30, em Campinas e em todo o Brasil.

De acordo com o sindicato, os salários não são pagos há dois meses, os benefícios estão em atraso desde novembro passado e a RAC também deve o 13º de 2016. Além dos atrasos, que vem ocorrendo há um ano e meio, a rede descontou Imposto de Renda em folha, mas não repassou os valores e vários profissionais caíram na malha fina da Receita Federal.

Para denunciar as irregularidades cometidas pela empresa, os trabalhadores também estão entregando uma Carta Aberta. Confira a íntegra.

Carta Aberta à População de Campinas

A Rede Anhanguera de Comunicação – RAC, que há 90 anos publica o Correio Popular, mais importante jornal de Campinas e região, está há um ano e meio sem pagar corretamente os salários e benefícios de seus trabalhadores e trabalhadoras.

As irregularidades nos pagamentos pela RAC se arrastam desde o início de 2016. Contudo, a situação piorou em 2017: os trabalhadores estão há dois meses sem salários; os vales alimentação e refeição estão em atraso desde novembro passado; o último 13º, que a empresa se comprometeu a quitar em quatro parcelas, de janeiro a maio deste ano, também não foi pago.

Como se não bastassem os atrasos de salários e benefícios, a Rede Anhanguera de Comunicação praticou outras irregularidades. A empresa descontou o Imposto de Renda, mas não fez repasse à Receita Federal, o que fez com que vários trabalhadores caíssem na malha fina.

Os atrasos também se estenderam ao recolhimento do Fundo de Garantira Por Tempo de Serviço (FGTS), e a situação foi normalizada somente depois que a RAC foi autuada pelo Ministério do Trabalho.

Desde o início da crise na empresa, os sindicatos dos Jornalistas, dos Gráficos e dos Administrativos têm procurado o diálogo com a RAC buscando uma solução definitiva para o problema. Mas a única coisa que a rede tem feito até o momento são falsas promessas e acumulado acordos não cumpridos.

Por isso, quando você, cidadão e cidadã, ler os jornais Correio Popular ou Notícia Já, ou o portal RAC ou a revista Metrópole, lembre-se: os conteúdos dessas mídias têm sido produzidos por trabalhadores e trabalhadoras dedicados, que há mais de um ano vivem sob dificuldades financeiras e, na redação, sob muita pressão da empresa.

A sociedade de Campinas precisa saber e estar consciente de que a RAC não dá qualquer valor à dedicação e ao empenho de seus trabalhadores que há anos produzem notícias relevantes para toda a região.

São os jornalistas, gráficos e administrativos que mantêm a credibilidade das mídias publicadas pelo grupo, e não os donos da RAC que exploram e desrespeitam seus trabalhadores e trabalhadoras.