O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) afastou em dezembro passado, há apenas 6 meses, o promotor Eduardo Nepamuceno, da Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais.
Nepomuceno investigava denúncias de desmandos no governo de Aécio Neves e Antonio Anastasia (ambos do PSDB) e sua relação com o senador Zezé Perrella (PMDB), dono do helicóptero apreendido com 445 quilos de pasta base de cocaína no Estado do Espírito Santo, em novembro de 2014.
Agora o senador Perrella foi flagrado em conversa com Aécio Neves dizendo que “não fazia nada de errado, apenas tráfico”, além de ter ser acusado de receber malas de dinheiro pedidas por Aécio Neves na delação da JBS.
Nepomuceno comandou inquérito civil público que revelou desvio de finalidade no uso do helicóptero pelo filho do senador, Gustavo Perrella, que era deputado estadual e cobrava da Assembleia Legislativa de Minas Gerais o pagamento pelo combustível da aeronave.
Atuando na área de defesa do patrimônio público, o promotor participou de diversas investigações que tiveram destaque e que envolveram políticos. A defesa de Nepomuceno recorreu, mas o CNMP recusou.
“Estou sendo retirado da promotoria em razão de trabalhos que desempenhei em quase 14 anos, de combate à corrupção. Saio de cabeça erguida, lamentado que a instituição tenha decidido pela minha saída”, disse Nepomuceno ao G1, A Corregedoria-Geral do MP-MG vai acompanhar, pelo prazo de um ano, a atuação dele na nova promotoria. Duas reclamações contra o promotor foram feitas justamente pelo senador Zezé Perrella.
No caso do helicóptero de cocaína, o promotor havia descoberto que o voo do helicóptero não foi o único sem relação direta com o mandato parlamentar. O helicóptero transportava celebridades e amigos do deputado e do pai, Zezé Perrella, com combustível pago pela Assembleia.
Segundo reportagem do DCM, antes mesmo da apreensão do helicóptero com a cocaína, o promotor Nepomuceno já tinha investigado os negócios de Zezé Perrela e da família com o governo de Aécio Neves e de Antonio Anastasia e obtido o bloqueio de bens em razão de indícios de superfaturamento e fraude em licitação. O promotor Nepomuceno foi investigado pela corregedoria do Ministério Público de Minas Gerais e depois por uma comissão de promotores de fora do Estado. Na investigação, o promotor recebeu elogios de colegas e ficou comprovado que trabalhava acima da média, ao contrário dos que diziam seus acusadores
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