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Solo ‘Laura’ combina teatro e memória e pergunta: o que das avós há em nós?

Em São Paulo – Partindo de um inventário de objetos, lembranças e fotografias familiares, entrevistas e registros em vídeo, arquivos e objetos reais, o solo Laura, que fica em cartaz até o dia 01 de maio, na SP Escola de Teatro (Praça Roosevelt, 210, São Paulo, SP), às 21h, propõe uma experiência coletiva para a reelaboração de vivências pessoais, através de uma dramaturgia que é partilhada com o público por dispositivos dramáticos, performáticos, coreográficos, narrativos e visuais.

Laura, personagem título da peça, foi morta em 1982, na rua, em Cruz Alta, interior do Rio Grande do Sul, por um desafeto amoroso de apelido ‘Candoca’ que, em seguida, se suicidou. Fabricio, seu neto, nasceu em 1981, em Dourados, interior de Mato Grosso do Sul, tinha nove meses na época da tragédia e não pode conviver com a avó. O trauma ocasionado pela forma como Laura morreu provocou o afastamento da sua figura do convívio familiar e sobre a sua história de vida se estabeleceu um vazio e raras lembranças.

Partindo dessa experiência e de uma pergunta ancestral: o que das avós há em nós?, a peça propõe um viés coletivo para reelaboração dessas vivências pessoais. A dramaturgia da encenação nasce do jogo afetivo do solista, de seus familiares e de outros seis artistas, em meio aos diversos rastros levantados desse passado comum. Por meio de jogos criativos e combinações poéticas, os elementos que sustentam a dramaturgia híbrida de Laura são partilhados com o público com dispositivos dramáticos, performáticos, coreográficos, narrativos e visuais.

Com a encenação de condutas e situações relacionadas a Laura, como o ofício de cartomante e benzedeira, a montagem ilumina uma história silenciada, para descobrir quem foi essa mulher, filha, mãe e avó, quais circunstâncias marcaram sua vida e morte e como elas se relacionam com a família e o neto que não a conheceu, Fabricio. Se a forma como Laura morreu silenciou a sua trajetória de vida, na montagem, esse evento trágico se inverte, gerando o encontro teatral e evocando a presença e a fala da personagem.

O sul-mato-grossense Fabricio Moser é bacharel (UFSM/2006) e mestre em Artes Cênicas (UNIRIO/2011), e está radicado no Rio de Janeiro desde 2009. Trabalhou no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, lecionando e produzindo projetos e eventos artísticos, atuando ou dirigindo peças e grupos, como o Hendy e o Teatro de Maquinaria. Os trabalhos realizados por Fabricio nessa vertente biográfica, que inclui duo SOBRE DESVIOS, criado com Cadu Cinelli e que circulou por cidades do Brasil, Portugal e Espanha, são tema de críticas especializadas e artigos de revistas como Questão de Crítica (RJ), Sala Preta (USP) e Pós (UFMG). (Carta Campinas com informações de divulgação)

FICHA TECNICA
Criação e Atuação: Fabricio Moser
Colaboração Artística: Ana Paula Brasil, Cadu Cinelli, Francisco Taunay, Gabriela Lírio, Nathália Mello e Rafael Cal
Assistência de Produção e de Palco: Felipe Leo Pardo
Programação Visual: Bruno Morais

LAURA
De 08 de abril a 01 de maio de 2017
Sábados, às 21h, domingos e segundas, às 20h
SP Escola de Teatro – Sala R8
Praça Roosevelt, 210, Consolação, São Paulo, SP
Duração: 80 min | 16 anos | Ingressos: $20 (inteira) $10 (meia/lista amiga)
Lotação: 80 lugares

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