O levantamento também indicou redução do poder de compra dos trabalhadores no fim do ano passado. A massa real de salários recuou 1,6% enquanto o rendimento médio real do trabalhador caiu 1,2% em dezembro na comparação com novembro. “A capacidade de compra está prejudicada não apenas pelo desemprego, como também pela inflação”, disse o gerente-executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco.
Em dezembro registrou dados positivos, mas praticamente estagnados, em relação ao emprego e às horas trabalhadas na produção. Após 23 meses consecutivos de queda, o emprego cresceu apenas 0,2% em dezembro ante novembro.
No mesmo período, as horas trabalhadas cresceram 1%. De acordo com a CNI, foi o segundo aumento consecutivo das horas trabalhadas na produção. Nos últimos dois meses de 2016, o indicador acumulou crescimento de 1,8%. Todos os dados contêm ajuste sazonal, ou seja, levam em conta a inflação e as características do período analisado.
Na comparação anual, os indicadores da indústria pioraram em relação a 2015, ainda durante o governo Dilma Rousseff (PT). O faturamento real caiu 12,1% e as horas trabalhadas, 7,5%. O emprego diminuiu 7,5% e a massa real de salários teve queda de 8,6%. Já o rendimento médio do trabalhador recuou 1,2% de um ano para o outro.
Segundo Castelo Branco, a comparação evidencia que 2016 foi um ano difícil para indústria. “A magnitude da queda [do faturamento real], na casa dos dois dígitos e em cima de quedas que já têm sido grandes em anos anteriores, mostra uma grande corrosão do faturamento das empresas.” (Agência Brasil/Edição Carta Campinas)