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Viajando barato na Europa: Atenas das praias, das ruínas e da Acrópole

Parthenon, na Acrópole

Um dos problemas principais é que tudo parece grego. E você vê que é grego mesmo, mas logo você se acostuma. E os gregos não são muito pacientes com turistas. Para nós, deu a sensação de que alguns são mal educados.  O problema é o inglês muitas vezes monstrengoso que fica muito difícil de entender. Em compensação, sempre há o pessoal mais feliz e que ajuda na boa.

Em Atenas, tem metrô direto de dentro do Aeroporto até o centro da cidade, mas a tarifa é de 9 Euros, bem mais cara que a passagem de metrô para andar pela cidade. Mas é muito prático. Você sai do Aeroporto e já pega o metrô para qualquer canto da cidade.

Tram (VLT)

De lá fomos direto para o Hotel Cosmos, após indicação de um blog. Isso porque é bem barato e razoavelmente bem localizado. O preço do hotel foi de 35 euros a diária. Então, sem dúvida. O local é bem próximo do Centro de Atenas, duas estações de metrô para chegar na estação central de Sintagma.

A região do hotel, apesar de bem movimentada, é tranquila. O problema são os gregos que mijam nas ruas. Mas eles mijam muito na rua. Em alguns locais as pessoas tem que andar no meio da rua porque na calçada o fedor de xixi é insuportável. No hotel, sempre pela manhã havia um funcionário lavando a calçada da entrada para melhorar o ambiente.

O Cosmos tem uma vantagem estratégica, fica a 50 metros de uma estação de metrô, o que é muito bom em Atenas. Então, em pouco tempo podíamos passear na Akrópoli (onde ficam as ruínas), no bairro Plaka, o bairro turístico da cidade, ou messo acessar qualquer outra região com rapidez.

O legal também do metrô de Atenas é que a passagem é de 1,40 euro, mas você pode usar por até 90 minutos em outros meios de transporte também. Uma coisa legal no metrô também são as plaquinhas luminosas indicando onde tem uma escada rolante. Nossa, isso é realmente muito legal para quem andou pela cidade o dia inteiro.

Percebemos que o metrô é praticamente de graça para a população porque você compra o bilhete e tem de validar. Muita gente sem dinheiro, com certeza, utiliza o transporte público gratuitamente. Mesmo sem dinheiro para a passagem, você pode circular pela cidade. Realmente, transporte público. Há pouca fiscalização, diferente de Paris, onde os guardinhas do Metrô fazem blitz em corredores das estações para ver se você está com o ticket.

Um dia nós mesmos andamos sem pagar. Chegamos atrasados e corremos para o trem, só lembramos de validar a passagem quando já estávamos dentro do trem. Aí já era. Em outra situação viajamos sem pagar porque a máquina de comprar bilhete da estação estava quebrada. Durante vários dias rodando pelo Metrô não vimos um fiscal de ticket.

O quarto do hotel em que ficamos é simples, mas tinha ótimo ar-condicionado, super silencioso, cama boa (não gostamos de colchão mole) e bem amplo, com sacada para a rua.  No nosso caso, o único problema foi o box, que era muito pequeno e a água escorria pelo banheiro ao tomar banho. Aliás, isso parece ser muito comum na Europa em hotéis mais baratos. Além disso, não tinha lugar para segurar a ducha. De boa. Não pedimos para trocar de quarto porque a cama era boa e… vai que piora em outro quarto.

De manhã, acordávamos e íamos a uma cafeteria, existem milhares por Atenas, mas uma boa é a rede Coffe Island, mais moderna, e havia uma loja próxima do hotel.

Atenas é turisticamente muito interessante porque além da questão histórica tem belas praias a poucos quilômetros de distância. Então fizemos praticamente isso durante os dias ensolarados que passamos por lá. Praia durante o dia e passeios históricos e nas ruas turísticas durante a tarde e noite.

Glyfada

Uma das prais que gostamos foi a de Glyfada porque tem acesso fácil a partir de Atenas. Basta pegar o Tram (VLT), que faz boa parte do caminho à beira mar. Em Glyfada ficamos em uma praia pública. Em todo o trajeto do Tram, há prais e basta descer e curtir.

Em algumas praias, você não precisa nem de guarda-sol, as praias já têm um guarda-sol fixo de madeira e palha. É só achar um vazio. Nas praias não há vendedor e, se você por acaso encontrar algum, não vai ser barato, então é bom levar um lanche. Também é comum na Grécia ver um topless de uma senhora pra lá dos 60 anos. Já as mais jovens, dificilmente.

Cabo Sounion

Um outro passeio interessante é ir de ônibus até o Cabo Sounion. De Atenas são 2 horas, mas com uma estrada à beira mar e belas praias durante todo o percurso. Também basta descer em alguma praia e depois pegar o ônibus de volta. O trajeto mostra um mediterrâneo com um clima árido, solo pedregoso, árvores baixas como na caatinga brasileira e muitas oliveiras.

Quando fomos ao Cabo Sounion, ficamos em uma praia particular, do Hotel Aegeon, cobraram 5 Euros por pessoa com cadeira para deitar, mesinha e guarda-sol. Diferente do Brasil, na Grécia, há praias públicas e privadas. As públicas é só chegar e se ajeitar. Nas privadas, você paga pelo conforto. Mas normalmente, há um trecho gratuito próximo.

Até tentamos ir em uma praia bem pequena gratuita do outro lado da pista que chega ao Cabo Sounion. Segundo um funcionário do parque Sounion, ela seria uma praia “no organized”. Quando chegamos lá perto, demos de cara com um senhor peladão tomando sol. E aí entendemos o “no organized”.  A praia “no organized” era muito pequena e decidimos voltar para a praia “organized”. No máximo, vai encontrar uma senhora de topless.

Templo de Poseidon

O Cabo Sounion fica no final do continente europeu, a 2h10 de ônibus de Atenas. O valor da passagem é de 14 Euros (ida e volta). Lá, no alto, há as ruínas do templo de Poseidon.  Se você já passou pela Acrópole, talvez o templo se torne um pouco decepcionante. Ele é muito menor, mais destruído e cordas impedem a aproximação. O templo foi erguido em homenagem a Poseidon, deus do Mar, na mitologia grega. Para os romanos, Netuno. Na Ilíada, de Homero, Poseidon aparece como o deus dos mares, tendo poder sobre as ondas, correntes e marés, assim como as tempestades marinhas e no litoral. Para os gregos antigos, um ponto estratégico para avistar navios inimigos.

A vantagem do Cabo Sounion é que de lá se tem uma vista maravilhosa que pode render belas fotos. O problema é o preço de 8 Euros para entrar.

Parada de ônibus (Pedion Aeros)

Aqui vai a dica para ir ao Cabo Sounion: vá até a estação Viktória do Metrô, ande um quarteirão ou dois até um local de parada de ônibus (Pedion Aeros) e pergunte por lá ou veja nas placas. Sempre vai ter um turista perdido perguntando também. Se tiver de esperar, faça uma hora no Café, que fica na esquina, em frente ao local dos ônibus.

A Acrópole possui uma série de templos e monumentos com um ingresso que, apesar de ser bem mais caro que o do Cabo Sounion, vale mais a pena. Custa 20 Euros, uau! Bem caro para um sítio arqueológico. Mas também é o sítio arqueológico da Grécia Antiga. Platão, Aristóteles, Sófocles, Eurípides, Sócrates…Tudo bem! Acrópole é uma cidade construída no local mais alto, uma referência às divindades e também uma estratégia de defesa de ataques inimigos.

A Acrópole é famosa não só pela antiguidade, cerca de 2.500 anos, mas pela história grega e pelas construções como o Partenon, grandioso templo em honra à deusa Atena, ricamente construído em mármores e todo decorado com esculturas. Infelizmente foi praticamente destruído com a ascensão do cristianismo e só sobraram as ruínas. Outro templo importante da acrópole de Atenas é o Erecteion, construído cinco séculos antes de cristo e consagrado a Atena e a Poseidon.

Erecteion, detalhe das Cariátides

A região do parque da Acrópole em Atenas também tem outras ruínas como o Templo de Dionísio, um teatro construído na parte baixa, e o teatro Odeon, que foi restaurado e está funcionando e tem programação de grandes espetáculos. Passando pela Acrópole assistimos até ao ensaio de uma peça, que parecia ser um musical, visto que unia dança e teatro. Outra dica legal na Acrópole é ver o pôr-do-sol em um mirante Aerópagos, que fica fora da entrada do parque e tem acesso livre. O pessoal vai para lá no final da tarde.

Outro local importante é o Museu da Acrópole de Atenas, que fica na parte baixa. O ingresso custa 5 Euros e você pode conhecer inúmeros objetos e esculturas gregas originais, retiradas dos templos, e saber um pouco da história do Parthenon. O acervo começou a ser reunido a partir de escavações iniciadas no século 19, que recolheram esculturas clássicas e objetos do culto à Atena.

O centro turístico de Atenas fica no entorno da Acrópole. É uma região chamada Plaka. As ruas são tomadas por lojas e restaurantes, em busca de uma multidão de turistas que circulam dia e noite. Basta circular a pé pelas ruas e, em alguns momentos, encontrar mais ruínas da Grécia Antiga, inclusive alguns locais são usados para festas e eventos.

Moussaka

Em Plaka, decidimos comer em um restaurante, que anunciava o cardápio por 23 Euros para duas pessoas (incluindo bebida, saladas e pratos). E aí que conhecemos a deliciosa salada grega e a inesquecível moussaka, uma espécie de lasanha com berinjela, batata e temperos gregos. O restaurante que fomos tinha um nome esquisito, acredito que é Lo Vonte, e fica na Rua Adrianou, uma das principais da região turística de Plaka.

Mas antes de apreciar esse prato já tínhamos quase passado mal com dois pratos gregos que pedimos em um restaurante “estilo grego” perto do hotel em que ficamos. Escolhemos os pratos pelo nome sem saber o que era. E veio um prato de sabor forte e horrível para nosso paladar. Eram miúdos e gordura temperados e acabamos saindo do restaurante com fome.

Para finalizar a passagem por Atenas, antes de ir ao Aeroporto para embarcar para Budapeste, resolvemos fazer uma hora no centro. Nosso vôo, pela Ryanair, era só às 18h30. Paramos em um restaurante-lanchonete do centro chamado The Gregos Project. O atendimento foi péssimo. Na Grécia é comum colocarem uma garrafa de um litro de água na mesa do restaurante. Em muitos, é gratuito, mas em outros é pago. Recusamos a garrafa de água e demoramos um pouco para escolher o que comer. A garçonete tentou forçar nosso pedido com rapidez, parando na nossa mesa. Falamos que iríamos escolher e ela saiu irritada. Ao pedir a conta, cobrou a garrafa de água que recusamos. Fuja.

Mirante Aerópagos

De lá seguimos para o Aeroporto, mas antes passamos em uma farmácia para pesar as malas. Estávamos com medo de sermos barrados na Ryanair. Deixamos dentro do peso e, no embarque, nem pesaram nossas malas. Tudo ok. O voo demorou duas horas e a passagem custou 55 Euros. Mas eles ficam pressionando para que você adquira outras coisas etc. Acabamos gastando mais 15 Euros para reservar o lugar. Eles dizem que se você não fizer o check in pela internet, você paga mais 50 Euros de multa. No final, avalie outra companhia para ver se não sai mais barato. Além disso, no voo de duas horas, eles não pararam de falar bem alto no alto falante em cima do banco. Foram duas horas de informações e venda de um monte de coisa: comida, bebida, depois foram cartões, doações, perfumes etc. Uma verdadeira feira sem descanso para os ouvidos. (Sebastião Braskavile)

Bem, agora é Budapeste.

Para ver o início dessa viagem e todas as cidades, vá a Um roteiro de 40 dias viajando bem barato pela Europa
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