antonio-cruz-lojas-comercio-ag-brasilO setor do comércio, que concentra principalmente médios e pequenos empresários, está sendo um dos mais prejudicados com as medidas adotadas pelo governo Temer e com o prolongamento da crise política, gerada pelo golpe parlamentar liderado por ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha está preso em Curitiba, acusado de corrupção.

O volume de vendas do comércio varejista recuou 1% na passagem de agosto para setembro deste ano. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é o terceiro resultado negativo do setor nesse tipo de comparação, que acumula perdas de 2,4% entre julho e setembro.

O comércio varejista também teve quedas de 5,9% na comparação com setembro de 2015, de 0,8% na média móvel trimestral, de 6,5% no acumulado do ano e de 6,6% no acumulado de 12 meses.

Na passagem de agosto para setembro, seis dos oito segmentos do comércio varejista tiveram queda. Entre os maiores recuos estão aqueles registrados pelos setores de supermercados, alimentos e bebidas (-1,4%), de livros, jornais e papelaria (-2%) e de móveis e eletrodomésticos (-2,1%).

Outros setores, com queda inferior à média de 1%, foram tecidos, vestuário e calçados (-0,7%), de combustíveis e lubrificantes (-0,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,3%). O segmento de equipamentos e material de informática manteve o mesmo volume de venda de agosto e a atividade de artigos farmacêuticos e de perfumaria cresceu 1%.

Outro dado importante é o exemplo da inadimplência no comércio do município do Rio de Janeiro, que cresceu 3,3% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Serviço Central de Proteção ao Crédito do Clube de Diretores Lojistas. Foi o maior índice de inadimplência do ano e o pior para um mês de outubro desde 2007.

A situação dos pequenos e médio empresários é muito diferente da situação dos grandes empresários e da grande mídia, que apoiaram o golpe. Esses dois grupos estão recebendo recursos do governo ao mesmo tempo em que o Congresso aprova medidas que retira recursos que beneficiam a população em geral. Isso prejudica diretamente o comércio. Em artigo, economista explica porque grandes setores empresariais apoiaram o golpe, mesmo sabendo que seria prejudicial à grande maioria dos empresários brasileiros. Se todas as medidas propostas pelo no governo forem aprovadas, o comércio deverá ter vendas baixas por tempo indeterminado.

Veja o vídeo sobre a Lava Jato e a economia brasileira(Carta Campinas/ Agência Brasil)