Renato Tapajós, diretor do documentário, vivenciou o confronto como parte do grupo que se opunha à ditadura. “A Batalha da Maria Antonia” traz seu olhar à narrativa marcada por narração em off, na primeira pessoa, e um dinâmico ritmo de entrevistas recentes dos, então, estudantes de Filosofia da USP. Lançado em 2014, o documentário busca lembrar o momento não como exercício de nostalgia, mas como a tentativa de entender algo das forças que moldaram nosso presente. “Quando penso em fazer um filme sobre a batalha da Maria Antonia penso menos nos fatos, na história factual desses eventos, e mais, muito mais, num certo clima que havia na Maria Antonia, e em torno dela, naqueles anos finais da década de 60”, diz a voz em off do narrador no trailer do documentário.
O ano de 1968 foi marcado por rebeliões estudantis em várias partes do mundo, inclusive o histórico Maio de 1968, como ficou conhecida a manifestação dos estudantes franceses da Sorbonne, no Quartier Latin. No Brasil, a rua Maria Antonia, em São Paulo, foi palco da polarização política entre direita e esquerda vivida no País. “A Batalha da Maria Antônia” foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de Tiradentes, no 33º FESTIVAL CINEMATOGRÁFICO INTERNACIONAL DEL URUGUAY, no 9ª Miragem – Mostra de Cinema e Vídeo de Miracema e na 5ª edição do FICiP – Festival Internacional de Cinema Político da Argentina.
Tapajós, parceiro da produtora audiovisual Laboratório Cisco, iniciou sua carreira como jornalista em São Paulo nos anos 50; nessa mesma época começou a trabalhar também com cinema, até que se envolveu na luta armada contra a ditadura e foi preso. Seu primeiro romance, “Em Câmara Lenta”, nasceu na cadeia em 1973. Sua trajetória no cinema é marcada por obras com temáticas políticas, como o filme “Linha de Montagem”, sobre período das greves sindicais em 1970. Seu primeiro longa ficcional, “Corte Seco” trata da tortura durante a ditadura militar e é autobiográfico.
Atualmente está envolvido em dois novos projetos: a série de TV “Chão de Fábrica”, sobre a história do sindicalismo no Brasil, em fase de finalização e com estreia prevista para novembro na TVT (TV do Trabalhador); e as filmagens do documentário “Esquerda em Transe”, uma tentativa de responder o que significa ser de esquerda no Brasil nos dias de hoje. “A nossa esquerda, hoje, atravessa um momento difícil para conseguir definir claramente o que deve fazer e como se organizar para isso. É clara a citação, e a homenagem, ao filme de Glauber “Terra em Transe”, provavelmente o mais importante filme brasileiro a tratar da política e do poder”, revela Tapajós.
Documentário A Batalha da Maria Antonia, de Renato Tapajós
Duração: 76 min Ano: 2014 País: Brasil
Grade de Programação no CANAL CURTA
09.09 – 20:35
10.09 – 00:40
11.09 – 16:05
12.09 – 14:45
13.09 – 08:35
FICHA TÉCNICA
ROTEIRO E DIREÇÃO: Renato Tapajós
ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Marema Valadão
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Thais Souza / Hidalgo Romero
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Julio Matos
PRODUÇÃO DE BASE: Luciana Palharini
PRODUÇÃO DE CAMPO: Alexandre Machado
PRODUÇÃO DE FINALIZAÇÃO: Rebeca de Paula
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Julio Matos
CÂMERA ADICIONAL: Coraci Ruiz
SOM DIRETO: Guilherme Martins
ASSISTÊNCIA DE SOM DIRETO: Ricardo Zollner
PESQUISA ICONOGRÁFICA: Cristina Beskow e Stella Grisotti
ATUAÇÃO E EFEITOS: Victor Akkas
MONTAGEM: Caue Nunes / Renato Tapajós
COORDENAÇÃO DE DESENHO DE SOM E MIXAGEM: Kira Pereira
MIXAGEM: Ricardo Zollner
ASSISTENTE DE DESENHO DE SOM: Glauber Alves
TRILHA SONORA ORIGINAL: João Arruda e Marcelo Falleiros
MÚSICOS: João Arruda, Marcelo Falleiros e Vinicius Bastos
GRAVAÇÃO DE ÁUDIO: Estúdio Ventamoinho
CORREÇÃO DE COR: Daniel Lopes, Julio Matos, Augusto Santos e Angelo Beneti
DESIGNER: Arthur Amaral