O ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, que vem sistematicamente tomando posições contra o Sistema Único de Saúde (SUS), causou mais uma polêmica ao afirmar nesta sexta-feira 15, durante um evento da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo, que a maioria dos pacientes apenas “imagina” estar doente, causando assim gastos desnecessários para o Sistema Único de Saúde (SUS). O ministro já declarou que não vai lutar por mais recursos para o SUS, que o SUS gasta muito e que pretende criar um plano privado popular.
O SUS é usado pela classe média (quando os planos privados dificultam ou recusam atendimento) e é o único sistema de saúde da maioria da população brasileira com menor poder aquisitivo. Ou seja, é usado por toda a população.
Ele fez críticas ao que chamou de “cultura do brasileiro” de realizar exames e medicamentos na rede básica, o que estaria levando a gastos sem necessidade dos cofres públicos. A maioria, segundo ele, apenas “imagina” as doenças. “A maioria das pessoas chega ao posto de saúde ou ao atendimento primário com efeitos psicossomáticos”, disse.
“Se (o paciente) não sair ou com receita ou com pedido de exame, ele acha que não foi ‘consultado’. Isso é uma cultura do povo, mas acho que todos nós temos de ajudar a mudar, porque isso não é compatível com os recursos que temos”, declarou. “Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que não são necessários só para satisfazer as pessoas, para elas acharem que saíram bem atendidas do postinho de saúde”, acrescentou. (Carta Campinas com informações do 247)