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Após 6 dias da tempestade, Parque São Quirino continua em situação de calamidade pública

Por Iara Maria

Passados exatos 5 dias após as grandes tempestades ainda existe muita dificuldades em reerguer parte do Parque São Quirino, em Campinas.

Quem não sabe onde o bairro se localiza, aqui é uma zona periférica campineira que possui uma relação muito forte com o Rio Anhumas. Na região existia uma grande ocupação que se estendia pela rua Moscou e alcançava até a atual Vila Genesis.

Com a vinda do PAC, houve melhorias nos bairros. Priorizou-se um projeto desfavelamento e parte da população que integrava a favela foi reassentada na Vila Olímpia, a que permaneceu foi contemplada com saneamento básico e moradia em áreas mais seguras nas margens do rio. Sem todas estas obras hoje estaríamos chorando sobre corpos e não em escombros. Sabemos disso pois a tempestade rompeu uma densa vegetação de eucaliptos que nos dividiam da área de luxo também afetada pelas microexplosões. Ali moravam muitas pessoas.

Toda a reconstrução do bairro parte dos próprios moradores tanto de forma individual quando comunitária. Há doações de telhas, colchoes e material de limpeza entre moradores afetados e não afetados. As mídias sociais estão ajudando muito a denunciar toda a lentidão do poder público.

Ontem, 09, uma equipe de educandos tentou melhorar, mas possuem apenas um facão para limpar as ruas. Parte da equipe fica bem ociosa durante o dia, pois realmente não há muito o que se possa fazer.

As ruas ainda acumulam muito entulho o que potencializa a vinda de animais peçonhentos até as residências.

A grande mídia nem dá mais destaque para o fenômeno pois a cidade em si se recupera a todo vapor e o clima de comoção se esvaiu. Mas aqui ainda tememos a vinda de possíveis chuvas que poderiam gerar uma catástrofe ainda maior. Mais de 7 engenheiros analisaram a cratera e o muro de arrimo cedendo. Até agora nenhuma providência foi tomada.

Outra grande cratera se formou em outro ponto da rua Moscou que já invade a calçada. O local não está isolado.

Nossa impotência diante de todos estes fatos geram muito cansaço e frustração. Infelizmente a lição que nós tiramos sobre todas estas circunstâncias é que apenas grandes tragédias sensacionalistas servem de sustento para a grande mídia e para políticos que olham a periferia como um parque eleitoral. O descaso que acontece aqui é grave e queremos deixar todos avisados: nós não vamos esquecer deste evento.

 

 

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