Segundo a apresentação, apenas 139 do total de 3 mil professores da rede municipal passaram por capacitação sobre o conteúdo a ser aplicado em sala de aula. Durante 13 anos, desde a promulgação da lei em 2003, apenas 4,5% dos professores da rede receberam orientações para o cumprimento da legislação. Se continuar nesse ritmo, em 288 anos a Prefeitura de Campinas deverá atingir 100% da rede.
Representantes do Fórum Permanente de Educação e Diversidade das Relações Étnico-Raciais e da Unicamp consideraram irrisório o número de professores capacitados e apontaram a necessidade de que o MIPID- Memória e Identidade (Núcleo da Secretaria Municipal de Educação responsável pela viabilização da lei 10.639) tenha a representação negra entre seus componentes.
Para evitar esse descaso com a aplicação da legislação, o vereador Carlão (PT) cobra do prefeito Jonas Donizette (PSB) empenho sobre o tema. É que está dependendo da prefeitura a aplicação de uma pesquisa sobre o ensino da história afro-brasileira que será feita com os profissionais da rede municipal de educação. A Prefeitura ainda avalia o Termo de Cooperação proposto pela Comissão Especial de Estudos da Lei 10.639, da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Carlão. A assinatura do Termo é necessária para dar início à pesquisa.
Além da Câmara Municipal e da Secretaria Municipal de Educação, o Termo de Cooperação envolve também a Faculdade de Educação da Unicamp, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) e o Fórum Permanente de Educação e Diversidade das Relações Étnico-Raciais
Na reunião, os representantes da Secretaria de Educação afirmaram que o texto do Termo de Cooperação ainda precisa ser submetido ao departamento Jurídico da Prefeitura. O documento não prevê custos para a execução da pesquisa.
O objetivo da pesquisa é identificar os conhecimentos e possíveis dificuldades enfrentadas para o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas.