Jon Kline CCO modelo econômico, de forte interesse monetarista, adotado pelo governo federal neste início do novo mandato de Dilma Rousseff (PT) está retraindo a produção industrial e aumentando o lucro dos bancos.

A produção industrial voltou a registrar queda na comparação mensal, tendo recuado 0,3% no mês de junho após ter avançado 0,5% no mês de maio. Este resultado foi melhor do que o esperado pela média dos analistas de mercado, que previam queda de 0,8%, mas aprofundou a queda da indústria no ano, que já soma retração de 6,3%.

Na contramão deste movimento, o lucro das instituições bancárias que operam no Brasil tem mostrado elevação no segundo trimestre do ano, com o Itaú tendo divulgado crescimento de 22,1% em seu lucro (totalizando R$ 5,984 bilhões), enquanto o Bradesco apresentou alta de 18,4% (totalizando R$ 4,5 bilhões). Mesmo o Santander apresentou lucro expressivo, registrando lucro contábil de R$ 3,88 bilhões (R$ 1,67 bilhões se retirarmos os efeitos da reversão de provisões fiscais).

O principal setor a influenciar a queda mensal da indústria foi o de bens de consumo duráveis, que apresentou queda de 10,7%, com destaque para o recuo de 12,7% na produção de bens de informática e equipamentos eletrônicos e 2,8% na produção de automóveis e autopeças.

Desde o início de 2015, a indústria já acumula queda de 6,3%, sendo 5% se considerarmos o acumulado de doze meses. O maior destaque vai para a retração do setor de bens de capital, que já recuou 17,2% na comparação com junho de 2014, seguida pelo setor de bens de consumo durável, com queda de 2,4%.

De acordo com a Fundação Perseu Abramo, “a queda na produção industrial decorre do momento de profunda incerteza e recessão que o país atravessa, onde a confiança do empresário e do consumidor se encontram em patamares historicamente baixos, dificultando qualquer decisão de ampliação da produção por parte dos industriais”.

Para a Fundação, o Brasil só vai se tornar competitivo em importantes setores industriais, e voltar a gerar empregos e renda, se repensar sua forma de lidar com os juros e com a taxa câmbio no futuro, para não recair em erros que nos levaram a situação atual. (Carta Campinas com informações de divulgação)