(José Cruz/Agência Brasil)O Ministério das Relações Exteriores lançou hoje (21) o estudo Educação Básica e Ensino Médio sobre políticas educacionais de 28 países, elaborado por embaixadas e consulados brasileiros.

Os artigos abordam as diferentes formas com que governos e instituições no exterior enfrentam os desafios da educação básica e do ensino médio.

O objetivo é fomentar o debate no Brasil sobre questões relevantes para o desenvolvimento nacional, com base na experiência de outros países.

Para o secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, a publicação é uma contribuição “fantástica”, pois traz informações qualificadas produzidas por brasileiros, pois nem sempre o Ministério da Educação consegue fazer essas missões em outros países.

“Temos a versão exata do que acontece lá fora, feito de forma qualificada. Isso está sendo analisado pelas nossas secretarias para verificarmos, junto com o desafio do PNE [Plano Nacional de Educação], o que podemos incorporar, o que podemos aprender com essas experiências”, disse.

A publicação é o 11º volume da coleção Mundo Afora e apresenta experiências da África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, China, Colômbia, Coreia do Sul, das Filipinas, da Finlândia, França, Índia, Irlanda, Itália, Malásia, Noruega, Nova Zelândia, Rússia, Suíça, de Bangladesh, Cingapura, do Canadá, Chile, Japão, México, Vietnã, dos Estados Unidos e Países Baixos.

Segundo o diretor do Departamento Cultural do Itamaraty, George Torquato Firmeza, cerca de 800 exemplares entregues ao MEC estão sendo distribuídos a secretários estaduais de Educação e bibliotecas de cursos universitários.

Torquato ressaltou que o ministério vai avaliar as experiências que podem ser adaptadas para o Brasil, já que algumas são “muito interessantes” como, por exemplo, o sistema de merenda escolar no Japão. “Eles conseguem, por meio da merenda escolar, passar uma série de valores para as crianças, como a forma de preparação dos alimentos, o valor nutricional e cultural. Nós, aqui no Brasil, ainda não chegamos a esse ponto, em termos de merenda escolar, que é um programa caro e vultoso, então podemos avançar nessa área”, disse.

A coleção Mundo Afora é produzida periodicamente pelo Departamento Cultural do Itamaraty desde 2004. Outras edições tratam de temas como políticas de incentivo à inovação, promoção da igualdade de gênero, políticas de divulgação cultural, inclusão de afrodescendentes, criação de espaços verdes em áreas urbanas e internacionalização de universidades.

Segundo Torquato as duas próximas edições da coleção já estão prontas e vão tratar do combate à violência e à discriminação contra pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgênerose sobre gestão e planejamento no futebol.

“Se a publicação pode trazer, por exemplo, um aumento do número de campinhos de futebol ou um incentivo maior para que os clubes das séries A e B criem suas academias de futebol ou que se introduza no Brasil o que se faz na Alemanha, por exemplo, onde um técnico de futebol tem que receber uma certificação que lhe permite atuar dependendo do curso e da classificação que tem. Então, se não ganharmos a próxima Copa [do Mundo], mas avançarmos um pouco nessas área,s eu já ficaria muito feliz”, disse Torquato.

O volume lançado hoje e outros números da coleção Mundo Afora estão disponíveis na página do Itamaraty na internet. (Agência Brasil/Andreia Verdelio)